Perante mais de mil delegados, o secretário-geral do PCP falou do congresso como um processo «trabalhoso e exigente», com a realização «de 900 reuniões, envolvendo cerca de 14 mil membros do partido».
Na sua intervenção, Paulo Raimundo, manifestou preocupação face a «um caminho de fomento do militarismo, de crescentes ameaças à Paz, com o perigo de um conflito mundial que, a não ser travado, poderá assumir catastróficas proporções», em resultado «da violenta ofensiva do imperialismo» e da consequente «escalada de confrontação e guerra, como vemos no Médio Oriente, na Palestina, no Líbano e na Síria, na Europa, nomeadamente na Ucrânia, na Ásia-Pacífico e noutras partes do mundo».
Olhando para a política nacional, o líder comunista, por um lado, chamou a atenção para situação do País e para as consequências de estar a ser «comandado pelo poder dos grupos económicos e das multinacionais que dominam e controlam os principais sectores estratégicos – os bancos, a energia, as comunicações, a grande distribuição, a indústria». Por outro lado, considerou que a economia nacional assenta «num modelo económico que despreza a produção nacional e privilegia actividades de baixo valor acrescentado, de lucro fácil e imediato, que acentua a desigualdade na distribuição da riqueza, desvaloriza e degrada os serviços públicos, promove privatizações e a liberalização de sectores, privilegia os fundos e a especulação imobiliária».
Neste quadro, o secretário-geral do PCP não se mostra surpreendido que «PSD e CDS, com Chega e IL, assumam por inteiro os interesses dos que se acham donos disto tudo», não deixando «de registar a opção cúmplice do PS», considerando que o PSD e o CDS tiveram o Orçamento do Estado aprovado, porque o PS lhes criou «as condições para isso, libertando o Chega e a IL de ter de votar a favor».
Paulo Raimundo sublinhou ainda que a gravidade da situação exige «a afirmação clara do PCP e do seu papel, e não a sua diluição em falsas saídas e soluções inconsequentes», considerando o seu partido «indispensável e insubstituível à mudança que o País precisa». «Podem pintar todos os cenários, inventar todas as frentes e elaborar todas as proclamações, que, sem a clareza, a coerência, a coragem e o projecto do PCP, não se concretizará a vida melhor que justamente anseiam os que cá vivem e trabalham», concluiu.
Além de aprovarem a proposta de resolução política em discussão, os delegados ao congresso vão eleger no final da tarde de sábado o novo Comité Central, que, por sua vez, decidirá sobre a composição dos seus organismos executivos, devendo reeleger o actual secretário-geral.
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