As reacções aquando da apresentação do diploma dos sociais-democratas já permitiam antever o desfecho. Ontem, foi a vez de o secretário-geral do PSD, José Silvano, defender no hemiciclo o adiamento das eleições autárquicas por 60 dias, a título excepcional, alegando que seria difícil alcançar a imunidade de grupo no período estipulado pela lei eleitoral (Setembro/Outubro) e que o seu adiamento poderia combater a abstenção.
Para reforçar a ideia, o dirigente deu o exemplo das eleições presidenciais do passado mês de Janeiro, apesar de o acto eleitoral ter decorrido com bastante segurança e tranquilidade. Rejeitando assumir que a proposta tenha surgido devido a problemas no seio do próprio partido, o PSD apontou baterias ao PS, defendendo que, por estar representado num maior número de autarquias, «não quer a oposição a fazer campanha». Mas nem na bancada do CDS-PP a ideia de adiar as eleições autárquicas por dois meses foi acolhida como «boa».
Pelo PS, a deputada Isabel Oneto afirmou que não há indícios de que o adiamento das eleições autárquicas acompanhe uma melhoria face aos números da pandemia. Em igual sentido, o BE defendeu que não existe uma «base sólida» capaz de justificar o adiamento do sufrágio, enquanto na bancada do PCP, o deputado António Filipe alertava para o perigo de, por causa da incerteza da situação pandémica no mês de Dezembro, as eleições terem que se ir adiando sine die.
Também José Luís Ferreira, pel'«Os Verdes», questionou a «pressa do PSD em adiar as eleições», dizendo ser «prematura» qualquer decisão. «Nada nos garante que a situação com a pandemia não estará pior em Dezembro», realçou António Filipe.
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