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O que esconde o crescimento do salário médio

Dados do INE apontam para um aumento da remuneração bruta mensal média por trabalhador de 5,1%, em comparação com o mesmo período do ano passado. 

CréditosAntónio Pedro Santos / Agência Lusa

Os dados divulgados na passada quinta-feira pelo Instituto Nacional de Estatísticas (INE) indicam um aumento substancial da remuneração bruta mensal média por trabalhador, 5,1%, quando comparado com o período homólogo do ano passado. Crescimento face ao período anterior à pandemia de Covid-19 é de 6,9%.

Engana-se quem disser que os número não mentem. O crescimento da remuneração média dos trabalhadores portugueses durante a pandemia foi directamente influenciado «pela diminuição significativa do recurso ao regime de layoff simplificado pelas empresas, e consequente recuperação salarial para os trabalhadores abrangidos».

«Estes resultados dizem respeito a cerca 4,2 milhões de postos de trabalho, de beneficiários da Segurança Social e subscritores da Caixa Geral de Aposentações», apontam as conclusões do INE. Praticamente metade do total de trabalhadores, 48,9%, estava sujeita a este regime em Junho de 2020, um número drasticamente superior à realidade actual, em que só 4% de trabalhadores se encontra nesta condição.

Até ao início de 2021, o valor pago pelo layoff correspondia a apenas dois terços do valor total do salário, situação que só se alterou com a inclusão no último Orçamento do Estado da proposta do PCP para instituir o pagamento dos salário em layoff a 100%.

O crescimento do salário médio mensal bruto em relação ao mesmo período do ano passado não representa uma valorização real do salário dos trabalhadores portugueses, ficando-se a dever, sobretudo, ao fim do recurso generalizado ao layoff e ao pagamento por inteiro do salário dos tabalhadores ainda nessa condição.

As perspectivas de crescimento face ao período homólogo de 2019 escondem uma outra realidade: o aumento de 6,9% está sustentado na extinção de mais de 174 mil postos de trabalho com salários inferiores a 800 euros.

O desaparecimento destes postos de trabalho, que afectaram principalmente trabalhadores com vínculos precários e temporários (12,4% destes são das áreas da restauração e alojamento), é dificilmente compensado pela criação de 87 mil empregos com salários superiores a 800 euros. A larga maioria destes novos postos de trabalho está, ainda assim, muito abaixo da actual média de 1395 euros mensais.

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