|Ensino Superior

O Governo que se prepare: dia 28 de Outubro os estudantes vão sair à rua

Enquadrado na campanha Ninguém Fica Para Trás - Gratuitidade Já!, o Movimento Associativo Estudantil anunciou que está marcada para o dia 28 de Outubro, último dia de discussão do Orçamento do Estado, «uma grande acção» de luta contra as propinas.

CréditosMiguel A. Lopes / Lusa

O Movimento Associativo Estudantil anunciou uma grande mobilização nacional contra a intenção do Governo de aumentar as propinas no ensino superior. Num ano marcado por uma acentuada redução no número de candidatos e colocados nas universidades e politécnicos, e perante falhas reconhecidas na acção social escolar, os estudantes afirmam que a única solução aceitável é o recuo imediato desta medida.

Dezenas de associações académicas e milhares de estudantes de todo o país já se juntaram à campanha Ninguém Fica Para Trás – Gratuitidade Já!, recolhendo milhares de contactos em apenas duas semanas. O movimento considera tratar-se de uma mobilização sem precedentes nos últimos anos.

«É preciso dar resposta nas ruas, criar um ambiente de contestação geral e fazer convergir milhares de estudantes em torno de uma reivindicação comum: reverter o aumento da propina e retomar o caminho da gratuitidade», afirmam as associações de estudantes que promovem a campanha.

O ponto alto da contestação está marcado para 28 de Outubro, último dia da discussão do Orçamento do Estado para 2026. Nesse dia, será realizada uma grande acção em Lisboa, onde os estudantes prometem demonstrar a sua determinação em lutar por um «Ensino Superior de Abril», assente na igualdade de oportunidades e no acesso gratuito.

«Já vimos governos cair por menos»

As promessas de combate contra as intenções da direita não se ficam pelos estudantes. Também o PCP, pela voz do seu secretário-geral, Paulo Raimundo, deixou avisos ao Governo. Numa intervenção realizada no Salão dos Bombeiros Voluntários do Barreiro, Paulo Raimundo vincou que aumentar as propinas «é gravíssimo», mas, a isso «soma-se o aumento do custo da habitação, dos transportes, de todos os custos que os estudantes do ensino superior têm».

«Quando se fala no aumento das propinas, fala-se no brutal aumento do custo de vida para quem estuda. E aqui está esta gente, estes jovens, estudantes, que vão resistir, mas é que vão mesmo resistir. Já vimos governos cair por menos, camaradas», disse o comunista. 

Articulando os ataques aos estudantes com as opções de classe do Governo, o secretário-geral do PCP não deixou nada por dizer: «Daqui fica o recado: se não tivesse o Governo PSD/CDS se ajeitado com o Chega e com a IL, e se não tivessem retirado dos cofres do Estado dois mil milhões de euros por ano para entregar, com a descida do IRC, aos grandes grupos económicos, havia mais que folga para aumentar as reformas aos reformados», afirmou.
 

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