«A Visão desconhece — ou deliberadamente ignora — a atividade do MDM». É assim que o Movimento Democrático de Mulheres responde à revista Visão que na rubrica Radar quis veicular a ideia de uma alegada «inactividade» dos movimentos de mulheres.
De acordo com o movimento, o texto, assinado pela subdiretora-geral, Alexandra Correia, ignora as suas tomadas de posição sobre diversas matérias e que foram enviadas para a Visão, assim como diversas acções de denúncia, reivindicação e protesto desenvolvidas ao longo dos anos.
O ónus da acusação passa, assim, para o MDM, que afirma que a revista não cobriu as manifestações a propósito do Dia Internacional da Mulher organizadas por si, este ano em todos os distritos e na Região Autónoma dos Açores.
As acusações vão mais longe com o movimento a apontar o facto da Visão de não ter dedicado uma única palavra à sua capacidade mobilizadora e reivindicativa do MDM, nem ter dado visibilidade às denúncias sobre os obstáculos à lei da IVG e ao acesso das grávidas e mães ao SNS; os partos nas ambulâncias; a insuficiente educação sexual nas escolas; a falta de apoios; ou a desarticulação e a morosidade da justiça nos casos de violência doméstica.
«O verdadeiro problema reside no silêncio e na invisibilidade que muitos órgãos de comunicação social optam por impor às nossas vozes e às nossas lutas. É fácil apontar-nos como ausentes quando, na verdade, são esses mesmos órgãos que deliberadamente ignoram ou reduzem a importância das nossas intervenções», pode ler-se na carta aberta.
No momento de apontar o motivo para o silenciamento da Visão, o MDM não tem dúvida ao dizer que «foi uma escolha editorial», considerando que «não é neutro» e que «mata o pluralismo e enfraquece a democracia». Ante tal, e numa postura de combate, apela: «façam aquilo que se espera de um órgão de comunicação: atenção e respeito» que é «informar com responsabilidade, diversidade e imparcialidade».
A carta aberta termina com o MDM a reiterar que continuará a cumprir o seu papel e que «hoje, mais do que nunca, é necessária a força de um Movimento de Mulheres capaz de levar as verdades e as causas emancipadoras ao centro do debate público».
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