«Estamos convictos de que vamos ter uma grande manifestação nacional no Porto, com trabalhadores vindos de todo o País, para reafirmar as nossas reivindicações, exigir uma mudança de rumo e protestar contra a retirada de direitos, que se agudizou com a pandemia», disse a secretária-geral da CGTP-IN, Isabel Camarinha.
Segundo Isabel Camarinha, a manifestação nacional, que coincide com a cimeira informal dos chefes de Estado e de Governo da União Europeia (UE), no âmbito da Cimeira Social, já está devidamente organizada, com transporte fretado para os trabalhadores, em condições de segurança sanitária
«Como é habitual nos nossos protestos, serão respeitadas todas as regras sanitárias, a manifestação decorrerá com o distanciamento devido e sempre com máscaras», afirmou a sindicalista.
A líder da Intersindical explicou que a central sindical marcou esta manifestação por considerar que «é necessário continuar e intensificar a luta por trabalho digno e melhores condições de vida».
«Quando se discute o pilar europeu dos direitos sociais mas o trabalho continua a não ser valorizado, temos de lutar para inverter o rumo do País e reafirmar as nossa reivindicações», disse.
Esta Cimeira concretiza-se numa altura em que a UE parece querer fixar critérios sobre os salários mínimos nos países membros, passando a ideia de que com essa iniciativa os salários mínimos e o conjunto dos salários mais baixos se poderão aproximar dos mais elevados.
No entanto, a questão é saber se se trata de aumentar os salários mínimos ou de fixar critérios com percentagem em relação aos salários médios praticados e que, em algumas situações, acabariam por determinar valores do salário mínimo em Portugal abaixo do que já é praticado e, desta forma, procurar condicionar o aumento dos salários em geral.
O aumento geral dos salários, a fixação do salário mínimo nos 850 euros a curto prazo, a redução do horário de trabalho e a criação de emprego com direitos são as reivindicações consideradas prioritárias para a CGTP-IN.
A Cimeira realiza-se, por um lado, no momento em que se invoca a protecção do ambiente para destruir postos de trabalho e substituir a produção nacional por mais importações, sem vantagens para a protecção ambiental, de que são exemplo os casos da central termoeléctrica de Sines e a refinaria da GALP, em Matosinhos.
A situação nacional é também marcada pelo alerta em Odemira, relativo à situação degradante no que toca a condições de vida, de saúde e de trabalho, dos trabalhadores agrícolas, na sua maioria emigrantes, num tempo de profundos avanços tecnológicos.
Na sexta-feira realiza-se no Porto a Cimeira Social, que é seguida de um Conselho Europeu informal, no sábado, no âmbito da presidência portuguesa do Conselho da UE.
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