Localizado na Rua da Horta Seca, no Bairro Alto, junto ao Largo do Chiado, em Lisboa, encontra-se o Palácio do Manteigueiro, edificado em finais do século XVIII e desenhado pelo arquitecto pombalino Manuel Caetano de Sousa. O imponente edifício faz parte da história lisboeta tendo sido a sede da Assembleia Lisbonense, do Ministério da Economia ou Ministério da Economia.
Com as marcas do tempo, o Palácio do Manteigueiro, também conhecido por Palácio dos Viscondes de Condeixa ou Palácio de Condeixa, encontrava-se degradado e, por essa razão, ficou ao abrigo do Programa REVIVE, uma iniciativa conjunta dos ministérios da Economia, da Cultura e das Finanças, coordenada pelo Turismo de Portugal, destinada a valorizar e reabilitar património imobiliário público devoluto ou sem uso, de elevado valor histórico, arquitectónico ou cultural, através da concessão a privados para exploração com finalidade turística.
É precisamente este edifício que irá agora para as mãos da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), associação que se dedica única e exclusivamente à influência das políticas governativas de forma a salvaguardar os interesses dos grandes grupos económicos.
Segundo o que foi noticiado, o Governo PSD/CDS-PP, num contexto de discussão de alteração de uma legislação laboral que favorece totalmente o patronato retirando direitos aos trabalhadores, premeia agora a CIP com um edifício imponente na capital do país, numa acção que evidencia a submissão do Executivo ao poder económico.
A oferta do Governo ao grande patronato foi já confirmada por Armindo Monteiro, presidente da CIP, que ao jornal Público disse: «A CIP - Confederação Empresarial de Portugal e o Estado Português estão neste momento a fechar os contornos para a cedência do Edifício da Horta Seca por um prazo alargado mediante o cumprimento de um conjunto de obrigações. Obviamente, esse protocolo será tornado público no devido tempo com todas as suas premissas».
Não deixa de ser interessante que num momento em que se vive uma grave crise habitacional, o Governo tenha toda a urgência de alojar uma confederação patronal que não passa por dificuldades.
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