Armindo Monteiro, presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), organização representativa do patronato, disse já ter reunido com o governo para dar o «pontapé de saída» para a Concertação Social, ou seja, para preparar a reunião.
No fundo, Armindo Monteiro admitiu a sua influência junto do Governo PSD/CDS-PP, algo que pode ser até encarado como promiscuidade entre o poder político e poder económico, já que, na mesma entrevista dada à Agência Lusa, o patrão dos patrões disse já ter enviado propostas e que as mesma já estão no Programa de Governo.
Não era necessário esperar muito para ver que o Governo estava ao serviço dos interesses dos grandes capitalistas, e com esta entrevista, Armindo Monteiro esclarece essa questão aos olhos de todos.
Fazem parte da Concertação Social as confederações patronais do Comércio e Serviços (CCP), do Turismo (CTP), da Agricultura (CAP) e as centrais sindicais CGTP e UGT. Mas parece que o Governo escolheu logo o seu parceiro, desvirtuando até o que é a Concertação Social.
Segundo o dirigente da CIP, são três medidas suas que estão no Programa de Governo, sendo que a mais evidente é a possibilidade de as empresas pagarem um 15.º mês isento de contribuições e impostos e a redução do IRC.
Importa relembrar que a primeira proposta já tinha sido apresentada no ano passado aquando da renegociação do Acordo de Rendimentos, não tendo sido aceite. Agora, os patrões voltaram a ver uma oportunidade para esvaziar a Segurança Social e garantir que podem continuar a acumular capital, usando as dificuldades das famílias e os baixos salários como elemento de chantagem.
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