Entre cartas enviadas, juras de entendimentos, e tentativas de acordos, o demissionismo do PS em ser oposição ao Governo teve um novo capítulo. O PCP pediu uma reunião extraordinária da Comissão Permanente da Assembleia da República para apuramento de responsabilidades sobre os incêndios, mas parece que o PS não tem a mesma vontade.
A confirmação foi dada pelo secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, que falava aos jornalistas na cidade da Horta, na ilha do Faial, Açores, no final de uma visita às instalações locais da RTP/Açores. De acordo com o mesmo, «o PS é contra a chicana política, numa altura em que se está a combater os incêndios que põem em causa a vida das pessoas e o seu património».
A questão é que face à incapacidade governativa para responder à situação, associado ao número de casos que se vão acumulando e a recusa da ministra da Administração Interna em responder aos jornalistas, a pressão deve ser feita pelos partidos políticos, mas para o PS tal não é necessário.
«É um voto contra. Quando somos contra, temos que ser consequentes, que é um voto contra a tentativa de um aproveitamento, do meu ponto de vista indevido, num momento especialmente crítico», disse o líder do PS que, apesar das críticas, apresentou uma proposta apresentou.
A verdade é que nas explicações que o Governo poderia vir a dar, o PS seria arrastado para o escrutínio uma vez que, juntamente com a incapacidade do Governo está a inacção do ex-governo socialista que, no momento de agir, tomou a opção política de abandonar a floresta e o reforço dos meios de combate às chamas.
José Luís Carneiro optou por dar a mão ao Governo e reafirmou que o primeiro-ministro deve conduzir politicamente o combate aos incêndios, «no sentido de dar orientações», e por isso propôs a convocação da Comissão Nacional de Proteção Civil.
Contribui para uma boa ideia
Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz.
O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.
Contribui aqui