«Esperamos que seja feita justiça», disse Pedro Santarém, da Frente Anti-Racista (FAR), ao AbrilAbril. Dezoito agentes da PSP foram acusados de vários crimes relacionados com a detenção de seis jovens da Cova da Moura, nomeadamente «tratamentos cruéis e degradantes ou desumanos e sequestro agravado», divulgou ontem a Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa.
O dirigente da FAR lembrou que «é das poucas vezes que um caso destes vai a julgamento» e considerou necessária uma aposta na formação das forças policiais para travar as situações de racismo e xenofobia que «se vão repetindo».
Pedro Santarém afirmou que o combate às discriminações deve ser feito não apenas na polícia, mas numa sociedade onde persistem. «Ainda ouvimos, no autocarro, por exemplo: olha o preto, olha o negro», exemplificou. Esse combate ao racismo e à xenofobia tem que ser encarado como um objectivo da sociedade, defende a FAR.
A estrutura foi acompanhando a situação e um dos seus membros, que é também activista associativo no bairro da Cova da Moura, «tem estado a dar apoio» aos jovens que foram detidos ilegalmente e torturados por agentes da PSP com motivações racistas, como aponta a acusação ontem conhecida.
A FAR tem vindo a intervir em escolas, participando em sessões e projectos, e em locais de maior concentração das populações alvos de racismo e xenofobia. O apoio a imigrantes e a filhos de imigrantes, nomeadamente no esclarecimento sobre direitos, aquisição de nacionalidade ou obtenção de documentos, é outra das áreas de intervenção da organização criada em 1994.
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