Para as famílias que estão a pagar créditos à habitação aos bancos adivinham-se já grandes dificuldades. Vem aí um aumento das prestações dos créditos pelo aumento das taxas euribor a 3 meses, 5 meses e 12 meses, o que aliado a uma inflação de 10% confirma que o futuro poderá ser dramático para muitas pessoas.
Num rápido exercício pode-se ver que num empréstimo de 150 mil euros, com um spread de 1%, quem optou pela Euribor a 3 meses, irá sentir um aumento de 76 euros na prestação, o que corresponde a uma subida de 14,88%. Quem optou pela Euribor a 6 meses sofrerá um aumento de 158,62 euros, mais 33%. Já quem tem um Euribor a 12 meses irá ver a sua prestação aumentada em 234 euros, um aumento de 51,9%.
Portugal configura-se um país onde os créditos à habitação são na sua maioria indexados à taxa variável. Cerca de 90% dos contratos feitos estão assim dependentes da variação da Euribor que até à uns meses até se encontrava se encontrava negativa.
O Governo prevê um conjunto de ajudas para atenuar a situação, como a renegociação dos créditos para a diminuição das prestações quando a taxa de esforço seja superior a 40%. Há no entanto o problema central que é o facto da Euribor não ser definida nos países nem com base na sua situação concreta. A taxa de Euribor é calculada pela European Banking Federation é definida com base nas referências dadas por vários bancos escolhidos por esta entidade.
O European Banking Federation usa então na Alemanha o Deutsche Bank e DZ Bank; na Bélgica o Belfius; em Espanha o Banco Bilbao Vizcaya Argentaria, o Banco Santander, o CECABANK e o CaixaBank S.A.; em França o BNP - Paribas, o Crédit Agricole S.A., o HSBC France, o Natixis / BPCE, o Société Générale; na Holanda o ING Bank; em Itália a Intesa Sanpaolo e o Unicredit; no Luxemburgo o Banque et Caisse d'Épargne de l'État e em Portugal a Caixa Geral De Depósitos (CGD).
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