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Este sábado é dia de sair à rua pela paz

O primeiro desfile convocado no âmbito do apelo «Paz sim! Guerra e corrida aos armamentos não!», realiza-se este sábado, em Lisboa, com início no Marquês de Pombal.

Criança palestiniana sobre os escombros de um prédio demolido pelo Exército israelita. 3 de Outubro de 2019, Beit Ummar, Cisjordânia ocupada, Palestina
CréditosAbed Al Hashlamoun

Ana Margarida de Carvalho (escritora), Frei Bento Domingues (teólogo), José Goulão (jornalista) e Manuel Loff (historiador) são alguns dos primeiros subscritores deste apelo, que amanhã promove o primeiro desfile, a partir das 15h, desde o Marquês de Pombal até à Praça dos Restauradores, terminando com diversas intervenções.

«Independentemente de opiniões diversas sobre os desenvolvimentos no plano internacional, como a situação na Palestina ou no Sara Ocidental, as guerras na Ucrânia, no Iémen, na Síria, na Líbia ou no Iraque, entre outros conflitos que flagelam o mundo, une-nos a condenação da guerra, a profunda preocupação com o agravamento da situação mundial e os sérios perigos para a Humanidade que dele decorrem», refere-se no apelo.

Tal como o AbrilAbril divulgou em Maio, os signatários defendem que o caminho para garantir a paz, mas também a segurança, a cooperação, a justiça e os direitos dos povos, está alicerçado no respeito pelos princípios do direito internacional, conformes com a Carta da Organização das Nações Unidas (ONU) e os constantes na Acta Final da Conferência de Helsínquia, e não em mais armamento.

«O aumento das despesas militares, a corrida aos armamentos, a produção de mais sofisticadas armas, incluindo nucleares, a instalação de mais bases militares em países terceiros, representam uma inquietante ameaça para todos os povos da Europa e do mundo, tanto mais quando se constata o agravamento dos problemas da fome, da doença, da pobreza que afectam grande parte da Humanidade», lê-se no documento.

Fernando Casaca (actor e encenador), Rita Lello (actriz) e Manuela Espírito Santo (escritora) estão também entre os que apostam num empenho da diplomacia para a solução política dos conflitos, em vez da ingerência, desestabilização, bloqueios e sanções.

As sanções, defendem, «para além de se inserirem na lógica da confrontação, como se constata, atingem sobretudo as condições de vida das populações, tanto nos países que as sofrem como nos que as impõem».

Neste sentido, dizem ser «imprescindível e urgente» que as autoridades portuguesas não contribuam para a escalada de confrontação e de guerra, mas antes para a criação de condições de diálogo, «com vista à criação de um sistema de segurança colectiva, a uma ordem internacional capaz de assegurar a paz e a justiça nas relações entre os povos».

Os autores do apelo, que no próximo dia 29 promovem um desfile no Porto, recordam a Revolução dos Cravos enquanto «pujante afirmação» contra o fascismo e a guerra. Sublinham que o 25 de Abril, que em breve comemora 50 anos, «abriu as portas da liberdade e da democracia, e «abriu as portas da paz, pondo fim à guerra colonial e consagrando na Constituição da República Portuguesa importantes princípios – como a não ingerência nos assuntos internos de outros Estados, a solução pacífica dos conflitos internacionais, a dissolução dos blocos político-militares, o desarmamento geral, simultâneo e controlado –, repudiando o militarismo e a guerra nas relações internacionais». 

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