A intenção dos ecologistas é introduzir «a previsão específica do risco de acidentes e incidentes nucleares» nos planos de emergência de Protecção Civil a nível nacional e, no caso das zonas ribeirinhas ao rio Tejo, a nível distrital e local.
O PEV lembra que «a central nuclear de Almaraz utiliza as águas do Tejo para o seu sistema de refrigeração», estando numa «situação de vulnerabilidade significativa». O grupo parlamentar dos ecologistas lembra que os planos devem ser testados «não apenas em sala, mas também em campo, no terreno, com os cidadãos e os agentes a envolver em caso de acidente», de acordo com a exposição de motivos que acompanha o projecto.
A discussão da iniciativa legislativa no plenário da Assembleia da República está agendada para esta sexta-feira, durante a manhã.
«Os Verdes» criticam passividade do Governo
O tema de Almaraz reentrou na discussão pública após o anúncio da intenção das autoridades espanholas de construir uma armazém para resíduos nucleares junto à central. A Assembleia da República aprovou recentemente, por unanimidade, um projecto de resolução conjunto, que partiu da iniciativa do PEV, sobre a matéria.
Durante as jornadas parlamentares dos ecologistas, no final de Janeiro, Heloísa Apolónia afirmou que o Governo «se atrasou muito» em relação ao acompanhamento do dossiê, tendo estado afastado do processo de avaliação de impacte ambiental. Em declarações à imprensa, sublinhou os efeitos transfronteiriços da decisão espanhola, lembrando que, tendo efeitos em todo o território nacional, afecta particularmente os distritos de Castelo Branco e de Portalegre.
Para além de partilharem o Tejo com a central nuclear de Almaraz, esses distritos são os mais próximos das instalações, situadas a menos de 150 quilómetros da fronteira.
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