|Assembleia da República

É urgente uma política que assegure o progresso e o desenvolvimento nacional

O debate parlamentar sobre o Estado da Nação pôs a nu fragilidades, vulnerabilidades, défices estruturais e desigualdades sociais e regionais, promovidas por políticas erradas ao longo de anos.

CréditosMiguel A. Lopes / Agência Lusa

Problemas que, segundo Jerónimo de Sousa, se agravaram com a epidemia e com a acção dos «grandes interesses económicos e financeiros», que aproveitaram a crise sanitária para «atacar salários, degradar horários, precarizar relações de trabalho e atacar os direitos dos trabalhadores, acumulando lucros e dividendos, e apropriando-se de vultuosos recursos públicos». O secretário-geral do PCP, chamou ainda a atenção para o «avolumar dos processos de despedimento colectivo envolvendo grandes grupos económicos e financeiros», atingindo diversos sectores de actividade e empresas, com destaque para a Galp, a Altice e a banca, onde a ameaça do despedimento ou da perda do posto de trabalho funciona como instrumento de chantagem sobre os trabalhadores para que desistam dos seus direitos.

No longo debate realizado na tarde desta quinta-feira na Assembleia da República, marcado pelas interpelações das diversas bancadas ao primeiro-ministro, António Costa, para além de valorizar a acção do Governo, em particular na gestão da crise pandémica, enalteceu o papel das empresas e dos trabalhadores, nomeadamente nas áreas da saúde, educação, nas Forças Armadas e nas Forças de Segurança. O primeiro-ministro, avançou ainda com um conjunto de promessas em diversas áreas e reiterou o compromisso de legislar no sentido de impedir abusos nos preços da energia, designadamente dos combustíveis.

O PS, pela voz de Ana Catarina Mendes, defendeu as políticas governamentais e lembrou os profundos cortes impostos ao Serviço Nacional de Saúde (SNS) pelo governo PSD/CDS-PP e os 14% da taxa de desemprego na sua governação.

Catarina Martins falou da falta de soluções da direita, situação que ficou bem patente no conjunto das intervenções proferidas hoje no plenário, e voltou a lançar dúvidas sobre os anúncios do primeiro-ministro no que se refere ao reforço do investimento no SNS. A líder do BE abordou ainda a necessidade de alterar as leis do trabalho.

A direita, nomeadamente o PSD e o CDS-PP, pelas vozes de Adão Silva e Cecília Meireles, mostraram não ter ideias nem propostas para o País e, para além de fait-divers, limitaram-se a insistir na ideia de mais dinheiro da chamada «bazuca» para os grandes grupos económicos, em detrimento do investimento público, nomeadamente em serviços públicos essenciais.

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