Mais de duas dezenas de organizações e entidades associaram-se à iniciativa que o Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC) promoveu ontem no Martim Moniz, em Lisboa, e promove, hoje, no Porto (18h, frente à Casa da Música).
As preocupações elencadas no texto de apresentação dos actos públicos subiram ao palco no Martim Moniz, numa sessão cuja apresentação esteve a cargo de Eduardo Lima (CPPC) e em que intervieram Augusto Fidalgo (Associação de Amizade Portugal-Cuba), Libério Domingues (CGTP-IN), Ana Souto (Movimento Democrático de Mulheres), Raul Ramires (Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente) e Ilda Figueiredo (CPPC).
Um outro interveniente foi um jovem enfermeiro do Hospital Dona Estefânia, que defendeu o fim das patentes no caso das vacinas contra a Covid-19, tendo lembrado os avultados investimentos públicos que as tornaram possíveis, refere o CPPC em nota publicada na sua página de Facebook.
Uma das questões abordadas e denunciadas foi a manutenção (e intensificação), por parte das potências ocidentais, neste momento de emergência sanitária, das sanções e bloqueios, prejudicando desse modo a assistência médica e degradando serviços de saúde e condições de vida das populações, em países como Cuba, Venezuela, Síria e Irão.
Guerras passadas e actuais – na Jugoslávia, no Iraque, na Líbia, na Síria, no Iémen –, assim como as suas graves consequências, foram igualmente lembradas: mortos, refugiados, sistemas públicos desmantelados, uma dependência crescente.
Além disso, criticou-se a ocupação da Palestina e do Saara Ocidental, que se agravam de dia para dia, e alertou-se para os riscos que o cerco militar à Rússia e à China, por parte dos EUA e da NATO, implicam para a segurança internacional, afirmando que «defender a paz é uma luta do nosso tempo e uma exigência do futuro».
«O cumprimento dos princípios inscritos na Carta das Nações Unidas é o caminho para, salvaguardando a paz, avançar no desenvolvimento a que todos os povos têm direito, independentemente do rumo que soberanamente escolham», sustenta o CPPC, organismo que, em conjunto com mais 12 entidades, promove a realização do «Encontro pela Paz», no próximo dia 5 de Junho, em Setúbal.
Os alertas para o «reforço do militarismo» e a acção da NATO, e a exigência ao Governo português para que assine e a ratifique o Tratado de Proibição de Armas Nucleares também estiveram presentes.
Ao intervir, a presidente da direcção do CPPC, Ilda Figueiredo, afirmou que «a petição para a assinatura e ratificação do tratado de proibição das armas nucleares é uma exigência que fazemos ao Governo português», tendo sublinhado que mais de 50 países já o fizeram.
«Infelizmente, o Governo português, apesar de a nossa Constituição, no artigo 7.º, defender claramente o desarmamento nuclear, o desarmamento geral, universal, simultâneo e controlado, ainda não assinou e queremos que assine e ratifique o tratado», insistiu, citada pela Lusa.
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