O primeiro-ministro admitiu que podem ser necessárias medidas de requisição civil (como já sucedeu com os trabalhadores do Porto de Lisboa), mas não abordou a questão das unidades de saúde privadas.
A Cuf Saúde anunciou, esta terça-feira, estar disponível para atender utentes com consultas e exames adiados, num momento em que todos os esforços estão a ser canalizados para o reforço da resposta do Serviço Nacional de Saúde (SNS) ao coronavírus COVID-19.
Num e-mail enviado aos seus contactos, e não apenas a doentes que estão a ser seguidos ou com agendamentos nas suas unidades, a marca da José de Mello Saúde assegurou que «caso necessite de uma consulta, exame e/ou tratamento que considere urgente e importante, ou se tem uma marcação que considera inadiável mas que foi cancelada, ligue para o Hospital ou Clínica CUF. O seu caso será analisado por um médico, que irá definir o melhor procedimento a seguir».
Esta informação seguiu no mesmo dia em que, por todas as unidades do SNS foram sendo adiados consultas e exames programados, de acordo com as orientações da Direcção-Geral da Saúde (DGS), de maneira a preparar as unidades de saúde para a esperada sobrecarga decorrente da expansão do COVID-19 no País. O AbrilAbril sabe que no Hospital de Vila Franca de Xira, cuja gestão está entregue à José de Mello Saúde através de uma parceria público-privado, foram adiados consultas e exames programadas, nomeadamente na pediatria, a crianças com poucos meses.
Nos últimos dias têm-se multiplicado as declarações sobre o papel a desempenhar pelos grupos privados do sector da Saúde no combate ao surto epidémico que o País enfrenta. Se, por um lado, surgem sinais de oportunismo de que são exemplo a Cuf ou o grupo Trofa Saúde (que disponibilizou o Hospital do Senhor do Bonfim, que praticamente não tem utilização, para internar doentes infectados com Covid-19), também o PCP e o BE já alertaram para a eventual necessidade de se recorrer a mecanismos legais para integrar a capacidade de resposta clínica instalada que está nas mãos de privados no SNS. O Hospital da Cruz Vermelha anunciou ontem ter passado a estar «ao serviço do Estado».
Em entrevista à SIC na segunda-feira, o primeiro-ministro admitiu que podem vir a ser necessárias medidas de requisição civil (como já sucedeu com os trabalhadores do Porto de Lisboa), mas não abordou a questão das unidades de saúde privadas.
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