Eram duas as propostas para a criação de uma comissão de inquérito sobre a TAP. Uma do Bloco de Esquerda, outra do Chega. Ambas incidem nos casos mediáticos e ambas, apesar de dizerem que querem apurar o modelo de gestão, focam-se nas indemnizações, no caso de Alexandra Reis ou nos vencimentos dos administradores. Nenhuma procura apurar as responsabilidades políticas, as opções que levam à degradação da TAP e nenhuma responde à necessidade de saber quais os objetivos com o desmantelamento da empresa.
Mariana Mortágua, na sua intervenção revelou isto mesmo. Ao apresentar os objetivos do Bloco de Esquerda, a deputada bloquista centrou-se nas polémicas e apesar de dizer que o seu partido «defende que a tap deve ser pública porque é um activo estratégico é um instrumento de soberania» e de afirmar que «todas as posições política mereciam ser alvo de debate», vincou que não quer discutir a natureza da gestão pública e que mais vale centrar-se nos casos uma vez que «faz mais sentido e a que mais resultados pode produzir no prazo disponível».
O foco do debate sobre a comissão de inquérito acabou por passar ao lado da real necessidade do debate, cabendo a Bruno Dias do PCP procurar recentrar o debate. Indo ao encontro da sua intervenção na passada quinta-feira, dia 26 de Janeiro, o deputado apresentou uma proposta de aditamento ao projecto de inquérito parlamentar tendo como objetivos apurar as consequências da privatização da TAP decidida em 2015; as decisões tomadas pela gestão da TAP, SGPS e da TAP, SA desde Novembro de 2015; a decisão de impor um processo de reestruturação à companhia; e previsíveis consequências do processo em curso para uma quarta tentativa de privatização da TAP.
As votações serão feitas na próxima sexta-feira, sendo que relativamente às duas propostas, o Partido Socialista já revelou que viabilizará a proposta do Bloco de Esquerda. Resta agora saber quais serão as restantes votações e se a proposta de aditamento do PCP também verá luz verde.
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