Não foi uma intervenção que se debruçou sobre espuma dos dias, mas que situou a actualidade onde a mira estava bem afinada. A CDU realizou ontem um comício na cidade de Coimbra e Paulo Raimundo, secretário-geral do PCP não deixou a AD livre de críticas. Esgrimindo ironia, o líder dos comunistas fez questão de criticar a «brilhante ideia» do cabeça de lista da AD de inscrever direito à Habitação na Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia.
Munido de sarcasmo, Paulo Raimundo diz que Sebastião Bugalho, ao defender a ideia, não o fez «a brincar» e que «encheu o peito e tudo» para a anunciar. O secretário-geral do PCP rapidamente desmontou a proposta do jovem cabeça de lista da coligação de direita, classificando-a de «ridícula», uma vez que «nós temos a nossa carta dos direitos, que se chama Constituição da República Portuguesa», e que a mesma «tem lá o artigo 65 que é o direito à habitação».
Paulo Raimundo não se ficou por aqui e disse que apesar das «mentiras e aldrabices» que alguns querem fazer passar, a CDU não é «contra a Europa», mas pretende antes salvá-la das injustiças e das desigualdades. «Contra a Europa são as políticas e opções deles, porque construir uma Europa, uma União Europeia da injustiça, onde as cinco pessoas mais ricas desde 2020 até agora, aumentaram a sua riqueza em seis milhões de euros por hora. É esta Europa que eles querem construir? Nós não queremos essa Europa», reiterou o comunista.
A passagem de Ursula Von der Leyen também não passou ao lado do comício da CDU, e sobre isto, Paulo Raimundo ironizou mais uma vez. O secretário-geral do PCP, identificando a simpatia da presidente da Comissão Europeia pela extrema-direita, disse então que Sebastião Bugalho «foi hoje pedir uma ajuda não à Merloni, a Von Merloni, que é assim a conjugação da Von der Leyen, com a Meloni. Foi pedir ajuda a essa senhora para vir cá dar um empurrão para a desgraça».
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