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Agricultores pagam cada vez mais para produzir

A Confederação Nacional da Agricultura (CNA) denuncia que a subida do preço dos combustíveis, da electricidade e da alimentação animal tem efeitos na competitividade e no rendimento dos agricultores.

Em discussão no 2.º Fórum Nyéléni Europa estará a construção da soberania alimentar
Créditos / CC BY-SA 4.0

Reunida este domingo, Dia Internacional Contra as Alterações Climáticas, a direcção da CNA reafirmou a necessidade de se investir em modelos que privilegiem práticas produtivas mais sustentáveis. Simultaneamente, manifestou preocupação face ao conjunto de problemas que tem levado à degradação dos rendimentos dos agricultores.

O destaque vai para o «enorme aumento dos custos» dos factores de produção, de transformação e comercialização. «Este agravamento, com a subida brutal do preço dos combustíveis, da electricidade e também dos fertilizantes e da alimentação animal, tem efeitos directos na competitividade do sector e impactos desastrosos no rendimento dos agricultores que já antes era de cerca de metade do rendimento dos demais cidadãos», refere a estrutura num comunicado enviado ao AbrilAbril.

Depois das dificuldades vividas no quadro da epidemia, a CNA alerta que a escalada dos preços pode forçar mais agricultores «a reduzir ou a abandonar a produção», levando ao aumento da dependência alimentar do País em produtos essenciais para a população, tais como os cereais.

Os avisos recaem também sobre a possibilidade de aumentarem os preços ao consumidor, com a CNA a admitir que não resultem daí compensações para os agricultores, que «continuam quase a ter que pagar para produzir».

Para se perceber a situação dos agricultores, a CNA lembra como se distribui, em média, o valor ao longo da cadeia de abastecimento agroalimentar. Por cada 100 euros pagos pelo consumidor, 50 vão para a distribuição, 30 correspondem à transformação e apenas 20 euros vão para o agricultor.

Relativamente ao aumento dos combustíveis, a CNA reclama que o Governo adopte medidas para minimizar os efeitos na produção, nomeadamente através do aumento do desconto nos impostos em vigor para o gasóleo agrícola.

A organização vê ainda «com preocupação» que não esteja inscrita na proposta de Orçamento do Estado para 2022 a verba necessária para a concretização da medida da «electricidade verde» aprovada pela Assembleia da República. Situação que, diz a CNA, «tem de ser corrigida».

A par de medidas que actuem directamente sobre o preço dos factores de produção, a confederação mantém a exigência da necessidade de implementação de medidas de regulação do mercado, que proíbam, por exemplo, que se pague aos agricultores pelos seus produtos abaixo do custo de produção, e que regulem a especulação com o preço dos alimentos e dos factores de produção.

Outra questão a preocupar os dirigentes da CNA refere-se à concentração e pressão sobre o preço e o acesso da terra por «culturas super-intensivas para o grande agro-negócio ou para produção de energia, desviando-a da sua função social da produção de alimentos num contexto de soberania alimentar». 

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