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|Açores

Pobreza e preço baixo empurram crianças açorianas para drogas sintéticas 

«Mais alteradas, mais viciadas, mais doentes». A partir dos 11 anos deixam de fumar canábis para fugir a testes de despistagem. Absentismo e abandono escolar deixam crianças vulneráveis. 

Créditos / RTP Açores

A notícia fazia a manchete do Açoriano Oriental, esta segunda-feira. Nos Açores, há crianças a trocar charros por drogas sintéticas, quase todas indetectáveis nos testes de despiste a substâncias ilícitas, ficando «mais alteradas, viciadas e doentes», descreve Sílvia Moreira, psicóloga da Alternativa – Associação contra as Dependências.

Segundo a especialista, a partir dos 11 anos, «sinalizadas por absentismo ou comportamento desadequado» pela escola ou outras entidades, e depois encaminhadas para a associação para fazer testes de despiste de consumo de drogas, as crianças deixam de fumar charros e «passam a ter um problema maior». 

Para a directora-geral da Arrisca - Associação Regional de Reabilitação e Integração Sociocultural dos Açores, Suzete Frias, escapar aos testes «pode ser uma das motivações para o consumo, mas não é só nos jovens». A «grande causa do consumo nos Açores é a pobreza, graças ao binómio baixos salários / má qualidade do emprego, e «a maior motivação» é o preço: dois ou três euros, assinala.

Os menores a quem a Arrisca dá apoio «têm a partir de 12 anos», embora «tão novos sejam um número residual», pois «a média do início do consumo é nos 14/15 anos».

A responsável admite que os mais novos «serão crianças que vivem num ambiente onde os consumos são normalizados», em «situações de exclusão» ou em que «os traficantes usam para vender mas também para viciar, com a perspectiva de angariar novos clientes». A responsável da Arrisca diz que é preciso olhar para o absentismo e abandono escolar, que deixam crianças «vulneráveis a comportamentos de risco», bem como «para as que estão em famílias disfuncionais». 

Dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) revelam que, em 2020, os Açores tinham uma taxa de 27% de abandono escolar precoce entre os 18 e os 24 anos, enquanto o País atingia os 8,9%. Em 2021, aquela taxa foi de 23,2% nos Açores, quando a média nacional ficou nos 5,9%. Também nesse ano, o arquipélago onde um grande número de pessoas empobrece, apesar de estar a trabalhar, registou um aumento de dependências de substâncias psicoactivas entre os 13 e os 15 anos. 

Segundo um estudo de 2019 do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD) dedicado aos jovens entre os 13 e os 18 anos, os Açores estão acima da média nacional no consumo de álcool, tabaco, droga e outros comportamentos aditivos.


Com agência Lusa

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