Foi esta segunda-feira que um utente com uma fractura numa perna morreu depois de quase seis horas à espera num corredor do Hospital Beatriz Ângelo, em Loures, enquanto aguardava transferência para Santa Maria (Lisboa).
As razões do falecimento ainda estão a ser apuradas, mas a Comissão de Utentes do Beatriz Ângelo afirma num comunicado que o pico de procura, que levou a que os utentes fossem confrontados com várias horas de espera, é uma «situação que ocorre desde que o hospital abriu em situações análogas, assim como noutros hospitais», e poderá ter levado à morte deste homem, «o que é algo inadmissível».
«Tal como temos vindo a alertar», acrescenta, a falta de capacidade de resposta às situações de urgência «deve-se à falta de profissionais que possam responder às necessidades da população». Uma falta «agravada pelo período de férias em que nos encontramos e pela situação meteorológica que proporciona picos de procura e que não são respondidos pelos centros de saúde que enfermam da mesma falta de pessoal médico e de enfermagem», alertam os utentes.
A estrutura insiste que tal resulta da «clara falta de investimento por parte do Governo» no Serviço Nacional de Saúde (SNS), lamentando que não «se vislumbre qualquer iniciativa», por parte do executivo, de dar aos profissionais de saúde as condições de trabalho necessárias e capazes de permitir a sua fixação no sector público.
Os utentes reclamam a necessidade de investir no SNS, por ser o «único garante de assistência médica para todos sem excepção, e em condições de igualdade», e alertam para a acção de luta agendada para o próximo dia 16 de Setembro, «na defesa de um serviço público, de qualidade e universal».
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