«A propina é para acabar, não é para aumentar» ou «para a guerra vão milhões, para o ensino só tostões» foram algumas das palavras de ordem que se ouviram nas ruas de Coimbra. Mais uma vez, correspondendo ao legado reivindicativo que se respira na cidade que tem mais encanto na hora da despedida, os estudantes manifestaram-se contra o ataque encetado pelo Governo PSD/CDS-PP.
A manifestação de ontem, convocada pela Associação Académica de Coimbra, estava inicialmente marcada para as 17h, mas só começou às 19h por razões de segurança. Apesar da mudança de horário, as massas estudantis não recuaram e compareceram no Largo Dom Dinis para se fazerem ouvir.
Em declarações ao Diário as Beiras, o presidente da Direcção-Geral da estrutura académica explicou que, a par do aumento das propinas nas licenciaturas e a retirada de tecto máximo no mestrado, há também «a questão da acção social», que, segundo o seu entendimento, «tem sido insuficiente e só ao fim de 33 anos é que o plano da acção social está prestes a ser revisto».
De acordo com o estudante universitário, «em Portugal, cerca de dois-terços do salário mínimo nacional é usado para que um estudante consiga estudar na região de Coimbra». «Se formos a comparar com as regiões do Porto e de Lisboa, esse valor é insustentável», afirma o dirigente associativo.
Importa relembrar que, com a moção aprovada em Assembleia Magna, a Associação Académica de Coimbra entende que o descongelamento das propinas «representa a transgressão de uma linha vermelha» e defende a «reversão imediata das mesmas [medidas anunciadas pelo Governo para o Ensino Superior]».
A acção de luta realizada ontem marcou o arranque das acções reivindicativas no presente ano lectivo. Além da Associação Académica de Coimbra, um vasto conjunto de estruturas estudantis também lançou este mês a campanha Ninguém Fica Para Trás – Gratuitidade Já!, em protesto contra o anunciado aumento das propinas e em defesa de um ensino público.
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