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Corticeira Amorim fecha produção de Silves em Junho

Problemas de mercado e custo das matérias-primas foram argumentos invocados para o encerramento da fábrica de Silves da Corticeira Amorim, que no 1.º trimestre viu os lucros aumentar. Futuro dos trabalhadores preocupa Município.

Créditos / Barlavento

Será durante o próximo mês de Junho que a fábrica da Corticeira Amorim, em Vale da Lama, vai encerrar a sua actividade industrial de produção de aglomerados de isolamento de cortiça. Desde finais de 2021 que a Câmara Municipal de Silves vinha envidando esforços, num processo «participativo e construtivo», que, refere num comunicado, «integrou os representantes da Corticeira Amorim, da CCDR-Algarve e demais interessados directos», a fim de compatibilizar o funcionamento desta unidade fabril com o cumprimento de exigências legais em matéria de ruído e a adopção de medidas de mitigação de poluição atmosférica. 

Este trabalho, defende a autarquia, fez com que a unidade fabril de Silves «tenha sido aquela que mais atenção e investimento tenha merecido do Grupo Amorim, nos últimos quatro anos», designadamente na melhoria das condições de laboração dos seus trabalhadores, no cumprimento de exigências legais aplicáveis ao funcionamento da fábrica e na adopção de recomendações ambientais. 

Porém, a notícia que se tentava evitar chegou na passada quarta-feira, 7 de Maio, dia em que estava marcada a 16.ª reunião de monitorização, apanhando desprevenida a autarquia algarvia, que «imediatamente» indagou sobre o futuro dos trabalhadores e a salvaguarda dos seus direitos laborais. 

Os representantes da corticeira do grupo Amorim, que no primeiro trimestre viu os lucros aumentar 2,1%, para 16,4 milhões de euros, e agora defendem a transferência da unidade de Silves para Vendas Novas para assegurar «maior competitividade» do negócio, assumiram o compromisso de aceitar a transferência de trabalhadores, «caso algum trabalhador assim o deseje». E, nos casos de cessação laboral, «atribuir compensações monetárias em dobro do valor previsto na lei a título indemnizatório».

No entanto, o Município de Silves manifesta-se «inquieto» com os 31 trabalhadores da fábrica do grupo de Mozelos e, lamentando a decisão de encerramento «baseada, única e exclusivamente, num critério de racionalidade económica e de mercado», apresenta disponibilidade para, no âmbito das suas competências legais, prestar «todo o apoio possível na busca das melhores soluções para o seu futuro».

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