Trata-se de um «importante marco» na resistência antifascista, que será assinalado com um «lanche cooperativo», a partir das 18h, na sede da cooperativa, com a participação de algumas pessoas que integraram a jornada de luta de há 55 anos. «Cada cooperador ou amigo trará um petisco para a mesa», refere a cooperativa num comunicado. Pelas 21h, e em parceria com o Cineclube do Barreiro, será exibido o filme Por Ti Portugal, Eu juro, de Sofia da Palma Rodrigues e Diogo Cardoso.
A iniciativa, prevista para o passado dia 26 de Abril, foi adiada para amanhã, na sequência da morte de Hélder Madeira, primeiro presidente da Câmara Municipal do Barreiro eleito após o 25 de Abril. A Cooperativa Cultural Popular Barreirense pretende assim, em cooperação com a União de Resistentes Antifascistas Portugueses (URAP), evocar os acontecimentos ocorridos a 3 de Maio de 1970 no concelho.
As mais de 6000 pessoas que então participaram na manifestação do Dia do Trabalhador, pela melhoria das condições de vida e contra a guerra colonial, foram violentamente reprimidas pela GNR, que no dia seguinte prendeu alguns dos resistentes antifascistas. Indignada, a população do Barreiro voltou às ruas, dia 3 de Maio, para exigir a libertação dos democratas, numa manifestação que atingiu cerca de 7000 pessoas, ajudada pelos operários das fábricas, dos trabalhadores dos caminhos-de-ferro e de largas centenas de populares do concelho da Moita. A violência da GNR, a cavalo e à espadeirada, voltou a fazer-se sentir sobre os manifestantes, que tentaram defender-se com pedras, tendo muitos sido presos no Forte de Caxias.
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