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Porto quer Museu da Resistência em antiga sede da PIDE

Um conjunto de signatários apela ao Governo e chefias militares que tomem medidas para a criação do Museu da Resistência Antifascista no edifício do Heroísmo, onde quase 8 mil pessoas passaram pelas mãos da PIDE.

Créditos / CC BY-SA 4.0

A União de Resistentes Antifascistas Portugueses (URAP) pôs em marcha uma petição para dar seguimento a uma exigência que, não sendo nova, e já houve várias resoluções da Assembleia da República neste sentido, ganha especial actualidade quando se avizinham os 50 anos da Revolução de Abril. 

Durante mais de quarenta anos funcionou na Rua do Heroísmo, no edifício confinante com o Cemitério do Prado do Repouso, a delegação no Porto da polícia política da ditadura fascista, com os nomes que teve (PVDE, PIDE e DGS).

A URAP recorda que ali estiveram presas mais de 7600 pessoas, entre mulheres e homens, cujo delito era o de lutarem pela democracia, a liberdade, a paz, a justiça social. «Por isso tantos foram agredidos e torturados, em pelo menos dois casos, até à morte», frisa-se no texto da petição. 

Sob tutela do Ministério da Defesa, em 1977 o edifício foi transformado em Museu Militar, mas nem por isso pararam de crescer «as vozes e testemunhos individuais e colectivos dos que entendem que a memória da luta contra a repressão fascista deve ser preservada junto das novas gerações» e que o «espaço natural para um Museu que guarde a memória da resistência é o edifício da Rua do Heroísmo, onde a polícia política exerceu durante décadas a sua tenebrosa função». 

Os primeiros subscritores, como o deputado na Assembleia Constituinte Adelino Teixeira Carvalho, o ex-preso político Domingos Oliveira, a médica Joana Bordalo e Sá, o jornalista Alfredo Maia e o historiador Manuel Loff, entre muitos outros, nomeadamente dirigentes da URAP, recordam aspectos que apoiam o projecto museológico promovido pela União de Resistentes Antifascistas.

Em 2004, o Governo Civil do Porto mandou afixar uma placa onde se refere «Homenagem do povo do Porto – Aos democratas e antifascistas que neste edifício foram humilhados e torturados pela PIDE/DGS». Também em frente da entrada foi colocada uma escultura em memória da engenheira Virgínia Moura, uma das muitas mulheres que ali estiveram presas.  

«É por isso de apoiar e valorizar o projecto museológico, promovido pela URAP, "Do Heroísmo à Firmeza – percursos da memória na casa da PIDE do Porto 36/74", bem acolhido pela Assembleia da República, em sessão plenária de Julho de 2015, pela Direcção-Geral de Arquivos e pelos responsáveis do Museu Militar do Porto e respectiva hierarquia militar, e objecto do Protocolo assinado em 1 de Setembro de 2015 pelo Exército Português e pela URAP», refere-se no texto. 

Os signatários defendem a necessidade de se desenvolver este projecto para que o público tenha acesso a novos espaços e melhor conhecimento do funcionamento da prisão», preservando «mais consistentemente» a memória da luta antifascista.

Neste sentido, apelam ao Governo e às chefias militares que, sem prejuízo do projecto museológico em curso, tomem as medidas necessárias para a criação do Museu da Resistência Antifascista no Porto, no edifício do Heroísmo, com o envolvimento da URAP.

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