Na concentração à porta da Secundária de Mem Martins, uma das sete que hoje encerraram no concelho de Sintra, os funcionários alertaram para a falta de pessoal nas escolas e manifestaram-se contra a descentralização da Educação, que o Município aceitou já para o ano lectivo 2019/2020.
Em declarações à RTP, João Santos, do Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Sul e Regiões Autónomas (STFPSSRA/CGTP-IN), que convocou a paralisação, denunciou que, se a Câmara de Sintra (PS) «não consegue resolver» a falta de pessoal nas escolas que já estão sob a sua alçada, a situação das secundárias não ficará melhor com a municipalização da Educação.
O sindicato sustenta num comunicado que a autarquia não tem capacidade para gerir tantos trabalhadores não docentes (mais de mil) e mais de 200 escolas. Refere ainda que, «não contente com a actual má gestão de JI [Jardim de Infância], EB 2,3 e EB 1», a autarquia aceitou também a gestão das nove escolas secundárias de Sintra, mas «não teve o cuidado de chegar à fala com os trabalhadores não docentes, nem com as direcções das escolas», sublinhando que os assistentes operacionais mudam de empregador sem que o novo «se dê ao trabalho» de prestar informações.
Denuncia ainda que a autarquia, podendo aguardar até 2021 para que estas escolas («degradadas e com falta de pessoal») passassem para a sua gestão, «não o quis fazer». Assim, remata, «não dá para dar o benefício da dúvida nem à Câmara de Sintra nem ao Ministério da Educação».
Um professor para os quatro anos
Por outro motivo, os alunos da Escola Básica de Aguiar, no concelho de Viana do Alentejo (Évora), faltaram às aulas e os pais concentram-se em protesto contra o facto de haver apenas uma turma e um docente para os alunos dos quatro anos de escolaridade.
Em declarações à agência Lusa, Estela Pão-Mole, representante do grupo de pais, justificou o protesto com o facto de ter sido constituída «uma só turma, com um só docente, para os 18 alunos da escola, dos seis aos dez anos, do 1.º ao 4.º anos de escolaridade».
Estela Pão-Mole afirmou que os pais dos alunos querem que seja colocado «um novo professor» na escola para que seja possível juntar numa turma as crianças do 1.º e do 2.º anos e noutra as do 3.º e do 4.º anos, à semelhança do que aconteceu no ano anterior, frisando que as crianças não irão às aulas até que haja uma resposta positiva.
Com agência Lusa
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