Foi uma das primeiras posições assumidas pelo PS no primeiro dos seus mandatos à frente dos destinos da Câmara Municipal de Évora (CME), em 2001: desfazer-se das responsabilidades do município na gestão da água do concelho.
A decisão comprovou ser o «desastre financeiro e ambiental» que se esperava, lamenta o comunicado da Coordenadora da CDU do Concelho de Évora. «Com um prejuízo anual, para o município, de cinco milhões de euros e um desinvestimento e abandono da rede municipal», a entrega da gestão da água a uma empresa multimunicipal configurou, na prática, a privatização do serviço, castrando economicamente vários municípios da região.
Por ocasião da consulta pública sobre o Plano Estratégico da Água 2030 (PENSAARP 2030), a CDU propôs, na Assembleia Municipal de Évora, um parecer negativo ao documento, exigindo a sua revisão em três áreas específicas: reforçar «o combate às perdas de água e na eficiência hídrica»; defender a gestão pública e acabar com as discriminações no acesso a fundos; respeitar, e apoiar, os municípios enquanto entidades gestoras.
O chumbo destas propostas por parte do PS denotam a sua continuada cumplicidade, quase 10 anos depois de perder a gestão camarária por sufrágio popular, com as políticas ruinosas que acumularam mais de 95 milhões de euros em dívida, fazendo da CME um dos municípios mais endividados do País.
Só à empresa multimunicipal das águas eram devidos mais de 2o milhões de euros, valor que ainda pesa na vida do município e dos munícipes. Para a CDU, é incompreensível que o PS continue a ser defensor das «políticas de privatização da água, de aumento das tarifas, do critério absurdo de colocar como elemento prioritário o nível de grau de cobertura de gastos».
«A prioridade deverá ser, em particular na nossa região, o desenvolvimento de projectos e acções no sentido da eficiência hídrica e da redução de perdas de água», defende a CDU, que se comprometeu a continuar a sua intervenção «no sentido da defesa e gestão da água pública e da saída do município da empresa multinacional e da integração da CME no sistema das Águas Públicas do Alentejo».