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Venezuela resgatou 8743 migrantes no primeiro semestre do ano

Os dados relativos ao regresso de migrantes, divulgados pelo plano «Vuelta a la Patria», foram destacados por Nicolás Maduro, que classificou como «notícia mundial» a libertação dos 252 detidos em El Salvador.

Além de destacar os dados relativos ao primeiro semestre do ano, Maduro considerou uma «notícia mundial» a libertação de crianças venezuelanas nos EUA e de migrantes detidos em El Salvador Créditos / TeleSur

O mais recente relatório da «Gran Misión Vuelta a la Patria» registou o regresso ao país caribenho de 6117 homens, 1444 mulheres (52 das quais grávidas), 623 meninos e 559 meninas, no âmbito de 47 operações aéreas levadas a cabo pelo governo venezuelano para libertar migrantes que se encontravam «sequestrados» em centros de detenção da Agência de Controlo de Imigração e Fronteiras (ICE) dos EUA.

«No primeiro semestre de 2025, realizámos 47 voos do Vuelta a la Patria para trazer compatriotas dos EUA para a Venezuela, com as duas modalidades que temos: Honduras e Texas», disse Maduro esta segunda-feira no seu programa Con Maduro+.

Com base nestes dados, o presidente venezuelano frisou a importância do «programa humanitário», ainda mais tendo conta o contexto «de bloqueio, perseguições, roubos às contas do Estado no estrangeiro e acções contra aviões venezuelanos», indica a TeleSur.

«Notícia mundial»

O chefe de Estado deu grande ênfase ao regresso de crianças detidas nos EUA e ao resgate dos 252 migrantes venezuelanos que «se encontravam sequestrados» no Centro de Confinamento do Terrorismo (Cecot) em El Salvador, que classificou como «uma notícia mundial».

Neste contexto, Maduro denunciou a acção dos governos norte-americano e salvadorenho pela violação grave dos direitos humanos, e insistiu no cumprimento dos acordos internacionais em matéria de protecção aos migrantes.

A libertação dos 252 cidadãos venezuelanos que se encontravam detidos em El Salvador, concretizada no passado dia 18, ocorreu no âmbito do plano «Regresso à Pátria» e envolveu negociações em que participaram o governo venezuelano, EUA, El Salvador, Vaticano e Nações Unidas.

A este propósito, Nicolás Maduro disse que a libertação dos 252 migrantes venezuelanos implicou a entrega de «dez cidadãos estrangeiros terroristas», frisando que a troca contou com o apoio do sistema judicial do país sul-americano.

Registos de «horror»

Também presente no programa televisivo, Madelein García, correspondente da TeleSur na Venezuela, revelou que a maior parte dos migrantes venezuelanos deportados pelos EUA para El Salvador tiveram «pensamentos de suicídio», na sequência dos «abusos que sofreram» no Cecot.

Além disso, o programa divulgou testemunhos de venezuelanos que passaram por aquela cadeia, como o de Andrei Hernández Romero, estilista que foi acusado pelas autoridades norte-americanas – «sem julgamento ou provas» – de ser membro do grupo criminoso (desmantelado) Tren de Aragua, pelo «simples facto de ter tatuagens». O mesmo aconteceu a outros, destaca a TeleSur.

Os relatos de vários migrantes coincidem no que toca às agressões policiais, ameaças e humilhações que sofreram em El Salvador, bem como ao desespero que sentiram ao ver que estavam numa cadeia com terroristas, o medo de serem mortos, as condições atrozes e desumanas em que viviam e a impossibilidade de contacto com os familiares.

A este propósito, Nicolás Maduro destacou a sua «capacidade de resistir», bem como o facto de estarem finalmente em casa, com quem os ama.

Afirmou ainda que «migrar é um direito humano» e que na Venezuela «há dez milhões de migrantes». «Quando é que isso foi aqui um crime?», perguntou.

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