De acordo com um porta-voz da Polícia israelita, citado pela agência Ma'an, os três palestinianos atacaram vários polícias a tiro junto à Porta dos Leões, à entrada da Cidade Velha, ferindo três deles. Dois vieram a falecer num hospital.
Os três palestinianos, habitantes de Umm al-Fahm, cidade em território israelita a cerca de 12 km a norte de Jenin, na Cisjordânia, foram então fortemente atingidos pelas forças israelitas, à medida que entravam no complexo da mesquita de Al-Aqsa.
De acordo com testemunhas no local, os três homens, com idades entre os 19 e os 29 anos, foram atingidos à queima-roupa e ficaram a esvair-se em sangue no chão, sem que os médicos pudessem aceder ao local.
Nenhum dos jovens tinha «cadastro», segundo referiu a Polícia israelita, que encerrou a Cidade Velha e interditou o acesso ao complexo da mesquita. Em declarações à Ma'an, o grande mufti de Jerusalém, xeique Muhammad Hussein, disse que é a primeira vez, desde 1967, que Israel impede os muçulmanos de aceder a Al-Aqsa numa sexta-feira.
A tensão nos territórios ocupados voltou a aumentar precisamente quando Israel impôs restrições no acesso dos palestinianos ao complexo de Al-Aqsa, em 2015. Em Outubro desse ano teve início aquilo que ficou conhecido como a «Intifada de Jerusalém» e, desde então, as forças israelitas já mataram mais de 320 palestinianos.
O ataque desta manhã ocorre também num contexto de intensificação da ocupação e colonização da Cisjordânia, bem como de repressão por parte das tropas israelitas, com as incursões nocturnas e as detenções a ocorrerem a um ritmo diário. Esta madrugada, um jovem palestiniano de 18 anos foi morto no campo de refugiados de al-Duheisha, na região de Belém, onde as forças ocupantes usaram fogo real e gás lacrimogéneo.
O número de palestinianos mortos por israelitas este ano subiu para 43. No mesmo período foram mortos dez israelitas.
Voto pela libertação de Jarrar e outros deputados
A Assembleia da República aprovou, no passado dia 7, um voto de solidariedade «Pela Libertação de Khalida Jarrar e de outros deputados do Conselho Legislativo Palestino». A iniciativa, do grupo parlamentar do PCP, foi aprovada pelo plenário da AR com os votos favoráveis de PCP, PS, BE e PEV, e os votos contra de PSD e CDS-PP.
Khalida Jarrar – deputada e dirigente da Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP) – foi presa na madrugada de dia 2, juntamente com «outros militantes da causa da liberdade da Palestina», indica o Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM). Na quarta-feira, 12, um tribunal militar israelita deu-lhe ordem de detenção administrativa (prisão sem julgamento nem culpa formada) por seis meses.
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