Uma unidade de reconhecimento russa destruiu um carro de combate Leopard, na frente de batalha da Zaporíjia, com uma tripulação identificada como pertencendo à Bundeswehr (forças armadas alemãs), noticia a RIA Novosti.
Em declarações à agência noticiosa, o comandante da unidade de reconhecimento descreveu como, após terem destruído um tanque Leopard e vistoriado os destroços no intuito de fazer prisioneiros susceptíveis de prestar informações, encontraram como único sobrevivente, gravemente ferido e inanimado, o condutor da viatura.
Segundo o referido oficial, que afirmou dominar bem a língua alemã, ao voltar a si o ferido desatou a gritar «nicht schießen!» («não disparem!») e disse, por várias vezes, que não era um mercenário mas um soldado da Bundeswehr, tal como o resto da tripulação, tendo informado o destacamento a que pertencia e a localização deste enquanto recebia os primeiros socorros.
Após ter sido informado, pelo médico da unidade de reconhecimento, que o prisioneiro tinha perdido demasiado sangue e não sobreviveria mais do que alguns minutos, o oficial informou do facto o ferido, que alegadamente terá com ele dialogado durante alguns minutos, até perder definitivamente a consciência e falecer.
O comandante da unidade de reconhecimento manifestou à RIA Novosti «alguma surpresa ao descobrir um soldado alemão» na frente de batalha, mas mostrou-se convicto de que, «fossem as tripulações ucranianas ou alemãs», o resultado seria o mesmo: «tanques alemães arderão como arderão tanques americanos, mesmo que pilotados por [soldados] americanos».
A notícia não foi dada ou desmentida, até ao momento, por meios de informação ucranianos ou alemães, tendo apenas sido referida pelo britânico Daily Express, numa curta nota.
Risco de escalada no conflito
A confirmar-se a veracidade da informação, trata-se da primeira vez que é confirmada a participação, não de mercenários ou de voluntários, mas de militares da NATO na frente de batalha, durante uma acção ofensiva do exército ucraniano.
Alegações anteriores russas da presença de militares estrangeiros, nomeadamente polacos, operando peças de artilharia pesada auto-transportada Krab, não puderam ser comprovadas.
A escassez de militares ucranianos treinados em quantidade suficiente para o uso de equipamento militar de ponta (nomeadamente tanques, sistemas de artilharia e aviões), as elevadas baixas provocadas por uma guerra caracterizada pelos especialistas como de atrito e a necessidade de queimar etapas no abastecimento logístico das forças armadas da Ucrânia podem levar os países da NATO a fornecerem especialistas para a operação desse equipamento, com o risco de uma perigosa escalada do conflito.
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