Sebastián Michel, representante do Movimento para o Socialismo (MAS), denunciou que o presidente eleito da Bolívia, Luis Arce, foi atacado com dinamite, esta quinta-feira à noite, quando se encontrava reunido na sede de campanha do partido em La Paz. Não há registo de qualquer ferido.
Michel afirmou à imprensa que a Polícia está a investigar os factos e lamentou que nenhuma autoridade do governo golpista liderado por Jeanine Áñez se tenha pronunciado sobre a questão.
«Não vimos qualquer declaração da parte do ministro do Interior, Arturo Murillo. Sentimo-nos totalmente desprotegidos. Ninguém nos dá as garantias de segurança que exigimos», disse Michel a um canal de TV, citado pela TeleSur.
O representante do MAS refutou de forma veemente as afirmações de políticos de direita segundo as quais o MAS estaria a armar milícias populares. «O governo de Luis Arce não permitirá qualquer grupo armado irregular na Bolívia ou o uso de armas», disse.
O atentado teve lugar no dia em que alguns grupos de extrema-direita deram início a uma greve em Santa Cruz, como forma de manifestar a sua rejeição dos resultados das eleições celebradas a 18 de Outubro.
Desde as eleições, têm-se registado alguns protestos pontuais, na sua maioria pacíficos, mas também algumas acções violentas e agressões a membros de organizações sociais e sindicatos que apoiam o MAS. Na sequência de uma dessas agressões, o dirigente sindical mineiro Orlando Gutiérrez faleceu, no passado dia 28 de Outubro.
Ainda antes de um grupo de desconhecidos ter feito explodir um artefacto junto à sede do MAS em La Paz, a COB já se tinha declarado em «estado de emergência», tendo em conta eventuais confrontos promovidos por sectores que não reconhecem o triunfo eleitoral do MAS.
«Não ofendam o povo; basta de discriminação e racismo; aceitem a vossa derrota», sublinhou o secretário-geral da central sindical, Juan Carlos Huarachi, ao referir-se à greve convocada por grupos no departamento Santa Cruz.
Tal como eles, alguns sectores no departamento de Cochabamba e La Paz também pedem a realização de uma auditoria às eleições, e inclusive a renúncia do presidente do Supremo Tribunal Eleitoral (STE), Salvador Romero.
No entanto, Romero recusou demitir-se, esta quinta-feira, tendo afirmado que só falta passar o poder presidencial, numa cerimónia marcada para o próximo dia 8, refere a Prensa Latina.
No dia 23 de Outubro, o STE oficializou o triunfo à primeira volta do MAS, com 55,18% dos votos expressos. Em segundo lugar, surgiu o candidato da aliança Comunidad Ciudadana, Carlos Mesa, com 28,89%.
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