A dez dias das eleições presidenciais na Bolívia, Luis Arce, candidato do Movimento para o Socialismo (MAS), aparece como grande favorito e com clara vantagem sobre o neoliberal Carlos Mesa (Comunidad Ciudadana), de acordo com as sondagens.
Em declarações ao ATB Digital, citadas pela Prensa Latina, Arce afirmou que, «nas eleições, o MAS irá mostrar que é a primeira força política do país», tendo acrescentado: «Vamos recuperar a democracia no país. Nestes tempos, a liberdade de expressão não existe.»
Há alguns dias, as instâncias judiciais bolivianas frustraram a tentativa de afastar o MAS do processo eleitoral, na sequência de um recurso apresentado pela senadora de direita Carmen Eva Gonzales.
Entretanto, aumenta o número de candidatos inabilitados do MAS, que tem alertado reiteradamente para as manobras fraudulentas e a «guerra suja» levadas a cabo pelo governo golpista de Jeanine Áñez.
Guerra suja
«Entre Fevereiro e Março, tínhamos antecipado que íamos sofrer uma série de ataques de guerra suja», disse Marianela Copa, porta-voz do MAS, que se referiu à acusação recente de «enriquecimento ilícito» contra Arce, formulada pelo Ministério da Transparência do governo golpista.
Acrescentou que o executivo de Áñez pretende criar obstáculos às eleições e deslegitimar por todos os meios a tradição pacífica do povo boliviano, responsabilizando o MAS pela violência que está a ser exercida por grupos de extrema-direita.
«Está em marcha um plano de violência e sabotagem para evitar o regresso da democracia ao país», com a vitória nas eleições de Luis Arce, afirmou, tendo exortado o povo boliviano a estar alerta perante a possibilidade da presença de infiltrados e provocadores, informa a agência cubana.
Manobras de desestabilização denunciadas
Nas últimas semanas, grupos violentos organizados realizaram ataques contra actividades, acções de campanha e espaços eleitorais do MAS. No entanto, o ministro do Interior, Arturo Murillo, anunciou a criação de uma unidade antiterrorista para fazer frente «a acções subversivas» que, segundo ele, o MAS está a preparar – algo que esta coligação negou, sublinhando que se trata de manobras de desestabilização para evitar a vitória de Luis Arce.
À medida que a campanha avança, o MAS tem realizado grandes comícios inclusive nas cidades – territórios que lhe eram mais adversos – e os ataques violentos também têm vindo a aumentar.
Perante esta situação, o MAS enviou uma missiva às Nações Unidas e à Comunidade de Estados Latino-americanos e das Caraíbas (Celac) em que denunciou estas acções hostis e, em especial, as iniciativas do governo, que, confrontado com a vitória iminente do MAS, nas eleições de dia 18, procura fazer «descarrilar» o processo.
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