Em entrevista à TeleSur, Andrónico Rodríguez, vice-presidente das Seis Federações do Trópico de Cochabamba, afirmou ontem que Evo Morales regressará a solo boliviano no próximo dia 9 de Novembro, depois de ter estado refugiado na Argentina vários meses.
«O nosso irmão presidente [Morales] regressa dia 9, após a tomada de posse [de Arce], no dia a seguir», disse esta terça-feira à cadeia venezuelana Andrónico Rodríguez, um dos senadores eleitos do Movimento para o Socialismo (MAS) pelo departamento de Cochabamba.
O representante do MAS disse ainda que Morales, depois da sua chegada a La Paz, viajará até à região de Chapare, no Trópico de Cochabamba – uma região localizada no Centro do país, entre os Andes e as planícies amazónicas, onde o MAS tem forte apoio –, no dia 11 de Novembro, quando passa um ano sobre a sua saída dessa região, onde se refugiou após a sua demissão forçada, no contexto do golpe de Estado.
«Chega no mesmo dia em que saiu […]. Vai ser um dia histórico para nós», disse Rodríguez.
Por seu lado, Evo Morales, que reside na Argentina desde Dezembro de 2019, disse a um programa da coligação Frente de Todos – de apoio ao actual presidente, Alberto Fernández – que «o povo não abandona o seu processo, não abandona a revolução democrática popular, nem tão-pouco me abandonou a mim».
O regresso anunciado de Morales tem lugar depois de o candidato à presidência da República pelo MAS, Luis Arce, ter vencido as eleições celebradas no passado dia 18 com mais de 55% dos votos expressos.
O ex-presidente renunciou ao cargo no dia 10 de Novembro de 2019, na sequência de um golpe de Estado orquestrado pelos EUA, a Organização de Estados Americanos, vários dirigentes políticos da direita e da extrema-direita boliviana, com o apoio de altas figuras do Exército e da Polícia.
Então, Morales saiu do país com destino ao México, tendo-se fixado na Argentina no mês seguinte, com o estatuto de refugiado político, após a vitória de Alberto Fernández nas presidenciais argentinas.
Entretanto, o governo golpista liderado pela autoproclamada Jeanine Áñez levou a cabo uma série de processos incriminatórios contra o líder político aymara, acusando-o nomeadamente de sedição e terrorismo, mas que foram anulados recentemente.
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