A denúncia partiu da Federação Mundial da Juventude Democrática (FMJD), uma organização, fundada em 1945, que agrega dezenas de movimentos e organizações antifascistas, contra a guerra nuclear e pela defesa da paz, da qual faz parte a União da Juventude Comunista Leninista da Ucrânia, ilegalizada em 2015.
Mikhail e Aleksander Kononovich foram sequestrados pelos Serviços de Segurança da Ucrânia (SBU), não sendo possível, lamenta o comunicado da FMJD, descartar a hipótese de que tenham já sido assassinados. Foram acusados, sem que nenhuma prova tenha sido divulgada, de serem simultaneamente espiões russos e bielorussos.
Mikhail esteve envolvido nas fortes mobilizações para impedir a privatização de terrenos agrícolas públicos por parte do governo de Volodymyr Zelensky, que permitiria a sua alienação a grupos económicos estrangeiros.
O número de assassinatos com motivos políticos tem vindo a crescer na Ucrânia desde o início da guerra. São exemplo, nos últimos dias, os casos de Maxim Ryndovskiy, um atleta de MMA (artes marciais mistas), torturado e assassinado por um grupo neo-nazi em Kiev, e Denis Kireev, que havia participado, em nome da Ucrânia, nas negociações com a Federação Russa, assassinado sumariamente pelos SBU.
«A FMJD convoca as suas organizações membros, toda a juventude e pessoas de todo o mundo a expor esta situação», exigindo, junto das representações diplomáticas da Ucrânia, por todo o mundo, acção no sentido de travar um possível assassinato, sem julgamento nem possibilidade de defesa, violando os princípios da declaração universal dos direitos humanos.
«Liberdade para Mikhail e Aleksander Kononovich!»
Em Portugal, a Juventude Comunista Portuguesa (JCP), filiada na FMJD, denunciou, em comunicado, o «hediondo acto» cometido pelos SBU, exigindo o assegurar da «integridade física dos dois dirigentes juvenis» e o fim «desta criminosa detenção».
«O caminho da paz, que a juventude e os povos do mundo reclamam, não se faz com o corte de direitos fundamentais nem com mais armas, violência e destruição», argumentam os jovens comunistas, «a solidariedade e ajuda aos povos que sofrem as dramáticas consequências da guerra não pode ser confundida com a legitimação da xenofobia, da violência, da censura e discriminação».
«A juventude, e em particular os jovens comunistas ucranianos, que viram o Partido Comunista da Ucrânia ser alvo de um processo de ilegalização em 2015, podem contar com a profunda solidariedade da JCP e dos jovens comunistas portugueses», reafirmando, uma vez mais, a necessidade de pôr termo à guerra.
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