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Refinaria privatizada vende o gás de cozinha mais caro do Brasil

Antes de ser privatizada, a Refinaria de Manaus Isaac Sabbá (Reman) vendia o gás liquefeito de petróleo (GLP) 0,8%, em média, mais barato do que as outras refinarias estatais.

Refinaria privatizada na Amazónia 
Refinaria privatizada na Amazónia Créditos / Portal Vermelho

Vendida recentemente, a antiga Refinaria Isaac Sabbá (Reman), que hoje se chama Refinaria da Amazónia (Ream), vende a botija de gás de cozinha mais cara do Brasil, a um preço 37,1% superior ao das refinarias da Petrobras e 14% acima do que cobra a Refinaria de Mataripe, na Bahia, que também foi entregue ao capital privado, indica o Portal Vermelho.

A Reman foi privatizada em Dezembro de 2022, no último mês do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, num negócio que contrariou o pedido expresso do governo de transição do novo presidente, Luiz Inácio Lula da Silva.

No seu boletim, a Associação dos Engenheiros da Petrobras (AEPET) destacou um estudo feito pelo Observatório Social do Petróleo (OSP) no qual se refere que, antes da privatização, a Reman vendia o GLP 0,8%, em média, mais barato do que as outras refinarias estatais.

«Desde que passou para as mãos da iniciativa privada, em Dezembro de 2022, a Ream cobra, em média, 29,5% a mais do que as refinarias da Petrobras e 10,4% mais caro do que a refinaria baiana, que opera sob gestão privada da Acelen desde Dezembro de 2021», diz o estudo referido pela AEPET.

Eric Gil Dantas, economista do OSP e do Instituto Brasileiro de Estudos Políticos e Sociais, afirma que «o gás de cozinha é um dos maiores problemas na economia brasileira hoje. Estamos em uma tendência de queda no consumo de GLP, por conta dos preços altíssimos do botijão. Desde 2021 as famílias vêm substituindo gás de cozinha por lenha em todo o país».

Em seu entender, com a privatização da Reman e a decorrente explosão do preço do GLP na região, esse problema vai acentuar-se.

Por seu lado, Marcus Ribeiro, presidente do Sindicato dos Petroleiros do Amazonas (Sindipetro-AM), disse ao Brasil de Fato que a Petrobras é uma empresa estatal que actua de forma integrada em todo país. Fornecia combustíveis à região Norte a preços compatíveis com os da média nacional porque tinha estrutura para isso e o dever público de o fazer.

Com Ream em mãos privadas, isso mudou. «O grupo Atem está colocando nos preços dos combustíveis todo o custo operacional com logística [para transporte do petróleo e derivados]. Isso vai cada vez mais encarecer os produtos», denunciou o dirigente sindical.

«Já encareceu o gás de cozinha e vai encarecer também a gasolina e o diesel. Isso vai impactar directamente a população», alertou.

Preço ao consumidor

A Ream fornece gás de cozinha às distribuidoras nos estados do Amazonas, Pará, Amapá, Rondónia, Acre e Roraima (Norte do Brasil).

De acordo com a Agência Nacional do Petróleo (ANP), os consumidores de Roraima são os que pagam mais pela botija no Brasil: 128,82 reais (23 euros).

Rondónia é o terceiro estado com a botija de gás mais cara (124,02 reais; 22 euros) e o Amazonas é o quarto (123,63 reais; 22 euros).

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