Numa conferência de imprensa em Bogotá, indicaram que as comunidades do povo Awá se situam junto à fronteira com o Equador e na costa do Pacífico, ficando assim no corredor criado pelo narcotráfico e no centro de uma guerra em que não participam.
Afirmaram que neste momento se verifica uma crise humanitária, que é consequência do extermínio de que estão a ser alvo, «com a cumplicidade e omissão do Estado, apesar de ser um povo da paz e da harmonia».
Sublinharam que esgotaram todas as instâncias para reclamar o seu direito à vida e que não sentiram os efeitos do Acordo de Paz, tendo detalhado que, desde a sua assinatura, em Novembro de 2016, até à data, registaram 350 agressões contra as suas comunidades, 95 das quais resultaram em homicídios.
Em 2022, acrescentaram, nas comunidades do povo Awá houve 11 assassinatos por parte de agentes armados; 16 desaparecimentos forçados; 50 ameaças contra dirigentes; três ocorrências de deslocamento forçado, em que se viram envolvidas 1292 pessoas, que não puderam regressar às suas terras; acossos e agressões ambientais, como derramamento de crude.
Tendo exigido garantias de segurança e protecção das vidas, afirmaram que as organizações indígenas da Colômbia estão em condições de acompanhar o governo de Gustavo Petro no processo de paz que se venha a concretizar com o Exército de Libertação Nacional (ELN) e outros grupos armados, refere a Prensa Latina.
«Contem connosco para a paz, nunca para a guerra», afirmaram os representantes do povo originário em Bogotá.
O povo Awá tem uma organização própria que se mantém num quadro de princípios assentes na unidade, território, cultura e autonomia. Em Bogotá, pediram solidariedade e informaram que, na sequência do massacre de três indígenas na zona Awá Inda Sabaleta, no município de Tumaco (departamento de Nariño), accionaram a minga (assembleia, protesto pacífico) indígena.
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