Política externa da Colômbia no caminho da paz e da cooperação

O presidente colombiano Gustavo Petro designou o senador Armando Benedetti como embaixador em Caracas. A decisão, segundo a Prensa Latina, foi tomada poucos minutos depois de o seu homólogo venezuelano, Nicolás Maduro, anunciar que Félix Plasencia, diplomático e político que ocupou o cargo de ministro das Relações Externas da Venezuela entre 2021 e 2022, seria o novo embaixador em Bogotá.

As duas capitais reatam vínculos diplomáticos e comerciais após um longo período de governos de direita na Colômbia, o último dos quais do conservador Iván Duque, que transformaram o país no mais importante aliado de Washington na América Latina e numa plataforma para a ingerência nos países da região, com particular intensidade e gravidade na vizinha Venezuela, onde chegaram a participar activamente em tentativas de golpe de Estado.

A senadora Gloria Flórez (Pacto Histórico) declarou à referida agência noticiosa que o novo dinamismo na política externa colombiana corresponde a uma «decisão do governo nacional de aprofundar as relações com as nações irmãs da América Latina e do Caribe» e de «fortalecer os vínculos com países que foram também afectados por uma política externa contrária à constituição, a qual ordena dar prioridade à integração latino-americana».

Relativamente ao reatamento das relações político-diplomáticas entre a Colômbia e a Venezuela, interrompidas formalmente por Caracas em Fevereiro de 2019, devido ao apoio da administração Duque a agressões à República Bolivariana, Flórez sublinhou a importância da fronteira entre os dois países – «são 2219 quilómetros», lembrou – e a necessidade de um trabalho conjunto para «enfrentar a enorme insegurança» que se vive nas zonas fronteiriças, devido ao «fortalecimento de grupos ilegais nos últimos anos».

Reactivar a economia dessas zonas, impulsionando o seu desenvolvimento, passará por um «compromisso para o diálogo» que empenhará não só os poderes legislativos de ambos os países como as populações transfronteiriças, explicou a senadora, que garantiu que «a fronteira será um cenário de paz e não de guerra».