O processo de paz de Astana foi lançado em 2017 por iniciativa de Rússia, Irão e Turquia, como forma de reduzir as tensões no país árabe e procurar ajudar a encontrar uma solução para o conflito.
Ontem, os chefes de Estado dos países garantes reuniram-se na capital iraniana para debater a paz na Síria, tendo sublinhado que ela continuará sob ameaça enquanto permanecerem na região as políticas do Ocidente, lideradas pelos EUA.
No final do encontro, em que participaram Vladimir Putin, presidente da Rússia, Ebrahim Raeisi, presidente do Irão, e Recep Tayyip Erdogan, presidente da Turquia, foi emitido um comunicado em que os países garantes do processo de Astana reafirmam o compromisso com a independência, a unidade e a integridade territorial do país árabe, bem como com a defesa dos princípios da Carta das Nações Unidas.
Além disso, refere a agência SANA, estes países manifestam-se determinados a manter a coordenação na luta contra o terrorismo.
Na declaração, os chefes de Estado declaram uma «coordenação constante para erradicar todos os grupos, instituições e entidades terroristas», notando que «a crise na Síria só poderá ser resolvida por via de um processo político liderado pelos sírios e facilitado pelas Nações Unidas».
Sublinham igualmente «a necessidade de garantir o regresso seguro e voluntário dos refugiados e deslocados internos a suas casas», e instam a «comunidade internacional a contribuir de forma eficaz para este processo e a apoiar projectos de recuperação e infra-estruturas básicas».
Os países garantes condenam «a continuação das agressões israelitas aos territórios sírios», sublinhando que «violam o direito internacional, a soberania e a integridade territorial da Síria, desestabilizam a região e aumentam a tensão».
As partes decidiram ainda que a próxima cimeira tripartida terá lugar na Rússia, indica a agência estatal síria.
Raeisi: EUA têm de sair da região o mais rapidamente possível
Em conferência de imprensa, o chefe de Estado de iraniano denunciou as sanções unilaterais impostas pelos Estados Unidos «para aumentar a pressão sobre o povo sírio».
Referiu-se, ainda, ao facto de as forças norte-americanas estarem a reforçar as suas bases militares na Síria, «saqueando os recursos naturais da Síria, especialmente o seu petróleo».
Neste sentido, pediu às forças militares norte-americanas que «se retirem de toda a região, incluindo a Síria, o mais rapidamente possível», indica a PressTV.
Por seu lado, o presidente russo, que considerou a cimeira proveitosa, destacou que «o futuro da Síria deve ser decidido pelos próprios sírios, sem a imposição de modelos pré-fabricados e sem interferência externa».
Recep Tayyip Erdogan, presidente da Turquia – que apoia grupos terroristas na província de Idlib e cujas forças militares têm intensificado os ataques no Norte das das também províncias sírias de Alepo e Raqqa –, considerou o chamado processo de Astana a única plataforma com resultados importantes para resolver os problemas na Síria.
Notou, no entanto, que as reuniões mantidas neste formato nem sempre deram os resultados desejados.
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