A declaração emitida no final do encontro a quatro partes, visando a reconciliação entre os governos da Síria e da Turquia, sublinha o compromisso dos participantes com a necessidade de preservar a soberania e a integridade territorial da Síria, bem como com a de prosseguir a luta contra todas as formas de terrorismo, separatismo e extremismo no país levantino.
O texto, divulgado pela agência Sana, também destaca a importância de aumentar a ajuda humanitária internacional à Síria, com o propósito de reconstruir o país e garantir um regresso digno dos refugiados à sua pátria.
De acordo com o comunicado final, os participantes deram instruções aos seus adjuntos para que preparem um roteiro para fazer avançar as relações entre Ancara e Damasco, de forma coordenada com os ministros da Defesa e os responsáveis dos serviços secretos.
A nota, que se refere às discussões construtivas e objectivas sobre a resolução do Conselho de Segurança da ONU 2254 e às declarações oficiais do formato de Astana, alude igualmente ao «ambiente positivo e construtivo» que prevaleceu durante a troca de pontos de vista entre as partes.
Indica ainda que os ministros dos Negócios Estrangeiros da Síria, Faisal Mekdad, da Turquia, Mevlüt Çavuşoğlu, do Irão, Hossein Amir Abdollahian, e da Rússia, Sergei Lavrov, estão de acordo quanto à importância de dar continuidade aos contactos de alto nível e às negociações no formato quadripartido.
Aproximação em vários quadrantes
Este encontro e acordo prévio ocorrem cerca de uma semana depois de a Síria e vários países árabes terem decidido, em Amã, lançar um roteiro conjunto com vista à resolução do conflito na Síria e a melhorar as relações.
Num processo que culmina o restabelecimento de relações diplomáticas com vários vizinhos árabes, a Síria foi ainda reintegrada na Liga Árabe, no domingo passado, depois de 12 anos de ausência.
A Turquia cortou os laços diplomáticos com a Síria em 2012, na sequência da guerra terrorista imposta ao país árabe – também com a ajuda de Ancara – e, partir de 2016, lançou várias operações militares no Norte e Noroeste da Síria.
Nos últimos meses, ambos os países têm estado envolvidos num processo de normalização de relações, que arrancou em Dezembro último, também em Moscovo, com uma reunião entre os ministros da Defesa.
No final do mês passado, num encontro que contou também com a participação de representantes do Irão e da Rússia, debateu-se uma eventual retirada das tropas turcas da Síria.
Em Janeiro deste ano, o presidente sírio, Bashar al-Assad, disse que uma aproximação dependeria do fim da ocupação turca e do apoio a grupos militantes que combatem as tropas de Damasco.
Esta quarta-feira, Faisal Mekdad, afirmando que a Síria está aberta ao diálogo e que o considera a melhor forma para solucionar problemas, também deixou claro que qualquer avanço dependerá da retirada da presença militar ilegal turca de território sírio, refere a Sana.
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