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O risco de ser mulher em «Noche de fuego», filme mexicano de Tatiana Huezo

Depois do êxito em Cannes, o filme da realizadora Tatiana Huezo estreou esta semana em salas mexicanas. O narcotráfico e a violência marcam um ambiente em que ser mulher é um risco acrescido.

Créditos / aldianews.com

Noche de fuego foi aplaudido na edição deste ano do Festival de Cannes (França), onde recebeu uma menção especial na secção Un Certain Regard (um certo olhar). Em declarações ao periódico La Jornada, Nicolás Celis, produtor do filme, destacou que se trata de uma obra com «muita verdade e um coração enorme».

A propósito da trama, que se baseia no romance Prayers for the Stolen (2014), de Jennifer Clement, Celis disse ao diário que «o México é um país muito rico, com aspectos sombrios e outros muito luminosos».

A película mostra «o que é crescer num lugar onde ser mulher é um risco ainda maior, onde as mães escondem as suas filhas num buraco para que não as levem, lhes cortam o cabelo, ou seja, as masculinizam» para que não desapareçam, explicou.

Filmada na Serra Gorda de Querétaro e Hidalgo, no México, a primeira obra de ficção de Tatiana Huezo aborda o significado de crescer num ambiente perigoso, numa pequena terra dominada pelo narcotráfico, mas seguindo o olhar luminoso e solidário de Ana e as suas melhores amigas, Paula e María.

Na verdade, «não colocámos o foco naquilo que acontece quando as levam, mas em mostrar como é crescer num lugar onde os homens se foram embora e, em muitos casos, as mães solteiras criam as filhas ou os filhos», disse ainda Celis ao La Jornada.

Imagem de «Noche de fuego», da realizadora Tatiana Huezo / 24-horas.mx

Com a estreia oficial da longa-metragem num cinema da Cidade do México e o lançamento nas salas do país, o panorama da chamada sétima arte mexicana parece reanimar-se num ano marcado pela pandemia de Covid-19.

Em simultâneo, vem à tona um tema marcante no país, que só este ano regista mais de 500 assassinatos de mulheres, segundo um relatório divulgado em Agosto pela organização Causa en Común.

Tendo em conta que – revela a sinopse – o filme «gira em torno do controlo do corpo, da masculinização da imagem feminina como símbolo de resistência e do medo de ser mulher porque [isso] implica transformar-se em objecto de outros ou desaparecer», a realizadora destacou, em conferência de imprensa, a importância de abordar a questão do género e da violência, mais ainda porque estas realidades não se circunscrevem a regiões dominadas pelo crime.

Na noite de estreia oficial, em que esteve presente Danny Glover, co-produtor do filme, outras figuras falaram sobre as questões abordadas no filme e na importância de lhes dar visibilidade, nomeadamente a violência e os direitos das jovens e das mulheres.

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