|México

Jornalista assassinado no estado mexicano de Sonora

De acordo com a Federação das Associações de Jornalistas Mexicanos, Gutiérrez Vergara é o sexto jornalista morto este ano; desde 2000, há registo de 313 assassinatos no país «contra a liberdade de imprensa».

A organização Artículo 19 documentou 149 assassinatos de jornalistas no México desde 2000  
As organizações que representam os profissionais do sector no México «não de cansarão de dizer "Basta!"» Créditos / Al Mayadeen

Jesús Gutiérrez Vergara, de 47 anos e repórter do portal Notiface, foi morto no domingo à noite, em San Luis Río Colorado, num ataque alegadamente perpetrado por elementos do crime organizado, no qual foi também morto um agente da Polícia Municipal e em que outros três agentes ficaram feridos, indica o periódico La Jornada na sua edição desta terça-feira.

As primeiras investigações apontam para que o atentado tenha sido dirigido contra os elementos da Polícia Municipal, revelou em comunicado a Procuradoria-Geral de Justiça do Estado.

O ataque armado ocorreu quando, a alguns metros da sua casa, Jesús Gutiérrez Vergara se aproximou da viatura em que seguiam os agentes e começou a conversar com eles.

Numa região fronteiriça, onde tem aumentado a violência de grupos criminosos que procuram controlar o tráfico de drogas entre o México e os Estados Unidos, vários indivíduos abriram fogo, usando espingardas de assalto, refere o La Jornada.

No mesmo comunicado, a Procuradoria informou que os agentes se encontravam fora de serviço, e Gustavo Salas, procurador de Sonora, disse que, na madrugada de segunda-feira, foram efectuadas várias detenções de homens alegadamente envolvidos no ataque.

Uma matança que ninguém estancou

Numa nota publicada na Prensa Latina, Teodoro Rentería Arróyave, presidente fundador e vitalício honorário da Federação das Associações de Jornalistas Mexicanos, também dá conta destes factos, não descartando a possibilidade de o «acto criminoso» ter sido cometido por agentes da Polícia.

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Mais um jornalista assassinado no México, o 11.º este ano

Ernesto Méndez, jornalista e proprietário do portal Tu Voz, foi morto a tiro, com mais três pessoas, em San Luis de la Paz, no estado de Guanajuato, confirmaram as autoridades.

Créditos / andina.pe

As vítimas foram baleadas por um grupo de homens armados que entraram na cervejaria Alask-Guamas, de que Méndez também era dono, cerca das 23h de terça-feira (hora local).

Segundo refere o periódico La Jornada, o estado de Guanajuato é o mais violento do México, tendo um registo de 295 homicídios em Julho último.

Dados preliminares apontam para uma execução. Ernesto Méndez, dono do portal Tu Voz e correspondente do jornal El Correo e do portal Zona Franca, é o 11.º jornalista a ser morto no país este ano.

Outras fontes apresentam números mais elevados, mas o La Jornada refere-se àqueles que são oficialmente reconhecidos como jornalistas pelo governo federal.

De acordo com o presidente do Município de San Luis de la Paz, que disse ter uma relação próxima com Méndez, este nunca lhe comentou ter sido alvo de ameaças.

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O México continua a ser perigoso para os jornalistas

López Obrador declarou que não tolerava a «impunidade» de governos anteriores, mas o México é um país perigoso para quem exerce a profissão. Esta quinta-feira, foi assassinado o quinto jornalista em 2022.

A organização Artículo 19 documentou 149 assassinatos de jornalistas no México desde 2000  
Créditos / Al Mayadeen

Heber López Vásquez, director do portal Noticias Web, foi morto a tiro ontem à noite, em Salina Cruz, informou a Procuradoria-Geral do Estado Oaxaca, no Sul do México.

O titular da Procuradoria, Arturo Peimbert Calvo, disse que a Polícia Municipal deteve dois indivíduos em fuga, com a arma que presumivelmente foi utilizada para cometer o crime.

O responsável referiu que ainda não é conhecido o móbil do homicídio, mas que não descartava a possibilidade de estar relacionado com a actividade jornalística do falecido.

López Vásquez, de 39 anos, é o quinto jornalista assassinado no país latino-americano em menos de um mês e meio.

A 10 de Janeiro, foi morto José Luis Gamboa, em Veracruz; nos dias 17 e 23 do mesmo mês, foram assassinados Margarito Martínez Esquivel e Lourdes Maldonado, respectivamente, em Tijuana, Baixa Califórnia; no passado dia 31, em Zitácuaro, Michoacán, foi perpetrado o homicídio de Roberto Toledo.

Ainda em Janeiro, no dia 26, refere o La Jornada, o fundador e director do Pluma Digital Noticias, José Ignacio Santiago Martínez, foi alvo de um atentado – de que saiu ileso – na região de Mixteca.

A mesma fonte indica que o portal dirigido por Heber López Vásquez publicava notas políticas e que o seu director já tinha sido ameaçado em 2019.

47 jornalistas assassinados no período de Peña Nieto, 29 no de Obrador

A organização Artículo 19, que defende a liberdade de imprensa no México, entende que a impunidade que envolve a morte de jornalistas no país americano funciona como um incentivo para que estes crimes continuem a acontecer.

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Pelo menos 63 jornalistas assassinados este ano

Em 2019, a ONG Campanha Emblema de Imprensa registou o assassinato de 75 jornalistas, com o México, o Afeganistão e o Paquistão à frente no número de casos.

Créditos / andina.pe

A Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou, em 2013, uma resolução em que proclamou 2 de Novembro como Dia Internacional pelo Fim da Impunidade dos Crimes contra os Jornalistas, instando os estados-membros a implementarem medidas com vista a combater «a actual cultura de impunidade».

No México, a organização Artículo 19, que defende a liberdade de imprensa no país, entende precisamente que a impunidade que envolve a morte de jornalistas no país americano funciona como um incentivo claro para que estes crimes continuem a acontecer. Apesar de alguns julgamentos e condenações recentes, já no período de López Obrador, o país continua a destacar-se, na América Latina e no mundo, como aquele onde maior número de vozes da comunicação social são silenciadas a tiro.

Quando não se limitam ao papel de estrelas que promovem os seus livros em prime time, de papagaios do imperialismo e correias de transmissão dos interesses do capital monopolista, os jornalistas, frequentemente mordidos pela precariedade, a exploração e a instabilidade laboral, são vozes críticas de sistemas corruptos, do crime organizado, do narcotráfico, da avareza de trasnacionais sobre os recursos naturais – e tornam-se um alvo.

Situação em 2019

No México, considerado um dos países mais perigosos para exercer a profissão, a Artículo 19 documentou, desde o ano 2000, 135 assassinatos de jornalistas, por possível relação com o seu trabalho, sendo que existe um elevado número de casos ainda por resolver.

Ainda na América Latina, as Honduras são outro país tradicionalmente perigoso para profissionais da comunicação social que enfrentam o poder e as grandes empresas.


A Campanha Emblema de Imprensa registou ali cinco assassinatos no ano passado, mas o Colégio de Jornalistas local apresentou um número mais elevado – oito –, bem como um nível de impunidade de 90%.

A nível mundial, a organização não governamental (ONG) Campanha Emblema de Imprensa deu conta de 75 mortes de jornalistas, sendo o México (13), o Afeganistão (oito), o Paquistão (oito), a Síria (seis), as Honduras (cinco) e as Filipinas (quatro) os países onde se registaram maior número de casos.

Panorama em 2020

Até ao final de Outubro último, a Campanha Emblema de Imprensa contabilizou 63 jornalistas assassinados em todo o mundo. Os países com maior número de casos documentados são, de acordo com a ONG, o México (nove), o Paquistão (oito), a Índia (seis), o Iraque (cinco) e as Honduras (quatro).

Sobre a situação no México, o dirigente do Sindicato Nacional de Redactores da Imprensa, Juan Carlos Rojas, afirmou que este tipo de crime é o mais o mais grave atentado contra a liberdade de expressão e o direito à informação, indica a TeleSur.

A mesma fonte revela que, em 2012, foi criado no país azteca o Mecanismo de Protecção para Pessoas Defensoras de Direitos Humanos e Jornalistas, que abrange actualmente cerca de 300 jornalistas.

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Apesar das detenções, investigações, julgamentos e condenações nos últimos anos, já no período de López Obrador, o país continua a destacar-se, na América Latina e no mundo, como um daqueles em que maior número de vozes da comunicação social são silenciadas a tiro.

Quando não se limitam ao papel de estrelas que promovem os seus livros em prime time, de papagaios do imperialismo e correias de transmissão dos interesses do capital monopolista, os jornalistas, frequentemente mordidos pela precariedade, a exploração e a instabilidade laboral, são vozes críticas de sistemas corruptos, do crime organizado, do narcotráfico, da avareza de transnacionais sobre os recursos naturais – e tornam-se um alvo.

A Artículo 19 documentou, entre 2000 e 31 de Janeiro de 2022, 149 assassinatos de jornalistas, por possível relação com o seu trabalho.

Destes, 47 foram perpetrados durante o mandato anterior de Enrique Peña Nieto e 29 no actual, de Andrés Manuel López Obrador, indica o organismo no seu portal.

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No portal Tu Voz, há vários artigos de opinião seus, alguns dos quais contra o Partido de Acción Nacional (PAN; de direita), sendo o mais recente intitulado «El último gobierno del PAN, un gobierno cobarde que escondió la cabeza ante la inseguridad».

Apesar das detenções, investigações, julgamentos e condenações nos últimos anos, já no período de López Obrador, o país continua a destacar-se, na América Latina e no mundo, como um daqueles em que maior número de vozes da comunicação social são silenciadas a tiro.

A organização Artículo 19, que defende a liberdade de imprensa no México e luta contra a impunidade que tem envolvido a morte de jornalistas no país americano, documentou, entre 2000 e 29 de Junho de 2022, 154 assassinatos de jornalistas, por possível relação com o seu trabalho.

Destes, 47 foram perpetrados durante o mandato anterior, de Enrique Peña Nieto, e 34 no actual, de Andrés Manuel López Obrador, indica o organismo no seu portal.

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Exigindo o esclarecimento cabal do sexto assassinato de um jornalista em 2023, de acordo com a Monitorização Permanente das organizações sindicais, Rentería Arróyave quer também uma resposta à «onda de violência contra as liberdades de imprensa e de expressão» que se vive.

De acordo com os dados das organizações sindicais, registaram-se 76 assassinatos contra a liberdade de imprensa e de expressão durante o período de governação do presidente Andrés Manuel López Obrador, em que se incluem: 57 jornalistas; cinco locutores; seis trabalhadores da imprensa; quatro familiares e um amigo de jornalistas, e três guarda-costas.

Seguindo o mesmo mecanismo de registo, o jornalista, escritor e dirigente sindical indica que, de 2000 até à data, ocorreram 313 assassinatos: 259 jornalistas; sete locutores; 16 trabalhadores da imprensa; 15 familiares e dez amigos de comunicadores; dois civis, e três guarda-costas.

Indo mais atrás, até 1983, Rentería Arróyave regista 379 assassinatos. Destes, 322 eram jornalistas; sete locutores; 16 trabalhadores da imprensa; 18 familiares e 11 amigos de comunicadores; dois civis, e três escoltas. Neste período, acrescenta, há ainda 28 desaparecimentos forçados por esclarecer.

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