De uma forma que o Partido Comunista da Índia (Marxista) considera planeada, esta quarta-feira grupos de «vândalos do partido Bharatiya Janata (BJP)» atacaram centros de trabalho e a sede estadual dos comunistas no estado de Tripura.
Pelo menos oito edifícios foram vandalizados ou incendiados e entre eles conta-se a sede do PCI(M) na capital, Agartala.
Segundo um comunicado hoje emitido pelo PCI(M), os «malfeitores» vandalizaram o rés-do-chão e o primeiro andar da sede, queimaram dois carros e danificaram o busto de Dasarath Deb, «um líder reverenciado pelo povo de Tripura».
Condenando com veemência «a violência desencadeada em Tripura pelo partido no poder, o BJP, contra o PCI(M) e a Frente de Esquerda», o Comité Central sublinha a «impunidade com que os gangues do BJP operam», o que, em seu entender, «demonstra a conivência do governo estadual».
«Estes ataques foram perpetrados porque o partido no poder tentou e não conseguiu suprimir as actividades da principal oposição» neste estado praticamente rodeado pelo Bangladesh, afirma o PCI(M) no texto, sublinhando que se trata de um «ataque escandaloso à democracia».
Danos materiais e vários feridos, perante a «passividade» da Polícia
Nos ataques desta quarta-feira, de que o BJP, partido nacionalista hindu, se desmarcou, negando as acusações contra si formuladas, foram incendiadas várias viaturas e provocados danos materiais de diversa natureza.
Bijan Dhar, comunista e dirigente da Frente de Esquerda, disse à imprensa que membros do governo estadual e dirigentes do BJP têm andado a instigar os funcionários e apoiantes do partido a prosseguir os ataques a militantes da oposição.
Disse igualmente que vários militantes comunistas ficaram gravemente feridos na sequência dos ataques desta quarta-feira.
Também se registaram ataques a locais de vários órgãos de comunicação, como o portal PN-24 News, o jornal Pratibadi Kalam e o diário – apoiado pelo PCI(M) – Daily Desharkatha.
No comunicado emitido hoje, o PCI(M) reitera uma denúncia frequente: a passividade da Polícia, que esteve em vários locais onde houve ataques e permaneceu como «transeunte espectadora».
Em declarações à imprensa, Manik Sarkar, que foi ministro-chefe durante 20 anos (1998-2018), sublinhou a mesma ideia. «Na maior parte dos sítios, a Polícia deixou-se ficar a ver enquanto os homens do BJP soltavam uma onda de terror, quase em simultâneo, em oito ou dez locais», disse.
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