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Nicarágua assinala 44 anos da Cruzada Nacional de Alfabetização

As celebrações associadas a um dos momentos mais importantes na história do país e à Revolução Sandinista têm estado a decorrer ao longo da semana, culminando este sábado, com protagonismo da juventude.

Estudando experiências realizadas em países como Cuba, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, etc., e consultando especialistas na matéria, a FSLN começou a traçar a campanha de alfabetização logo 15 dias após o triunfo da revolução, em Julho de 1979 
Com a campanha de alfabetização, que durou de 23 de Março de 1980 a 23 de Agosto do mesmo ano, mais de 400 mil nicaraguenses aprenderam a ler e a escrever Créditos / UNAN-Managua

Cultura, canto e juventude assumem o protagonismo destas comemorações do 44.º aniversário do lançamento da Cruzada Nacional de Alfabetização, para cuja concretização deram as mãos o Ministério da Educação, a Juventude Sandinista e a Federação dos Estudantes da Secundária.

Na Praça da Soberania, em Manágua, prevê-se que este sábado cerca de 2000 jovens cantem o Hino da Alfabetização. Será uma das formas de homenagear a gesta que começou no país centro-americano a 23 de Março de 1980 e se prolongaria até 23 de Agosto do mesmo ano, com o objectivo de combater uma das várias heranças negras da ditadura somozista: metade da população analfabeta.

Estudando experiências que haviam tido lugar em países como Cuba, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, entre outros, e consultando especialistas na matéria, a Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN) começou a traçar a campanha de alfabetização logo 15 dias após o triunfo da revolução, em Julho de 1979.

Então, cerca de 100 mil jovens e adolescentes aderiram à iniciativa de ensinar a ler e a escrever a milhares de pessoas esquecidas pelo país fora. Um candeeiro Coleman (tipo Petromax) tornou-se um dos símbolos associados àqueles que andaram por montanhas e caminhos longínquos.

Em poucos meses, a epopeia conseguiu reduzir o analfabetismo de 50,3% para 12,9%; mais de 400 mil nicaraguenses aprenderam, então, a ler e a escrever.

O professor Erving José Ampié, hoje com 68 anos, foi um dos que saíram do conforto do lar para que os seus compatriotas aprendessem a ler e a escrever.

No seu caso, não teve de ir para longe; foi-lhe atribuída a tarefa de ajudar a alfabetizar um grupo de 19 pessoas no seu próprio município, La Concepción, no departamento de Masaya.

Erving José Ampié, hoje com 68 anos, foi um dos alfabetizadores // Carlos Cortez / el19digital.com

Em declarações ao portal el19digital.com, disse que essa tarefa se seguiu à sua integração, em 1979, nas fileiras da FSLN e que aquilo que o motivou foram as necessidades das pessoas, que «por vezes eram enganadas com as suas terras, lhe tiravam as casas, por não saberem ler nem escrever».

«Foi algo muito bonito», disse. «Íamos com coragem, com vontade de trabalhar e ensinar», acrescentou, frisando que hoje existem recursos educacionais que não havia então. «Foi bem difícil, a etapa da reconstrução. No entanto, nós conseguimos, e para nós foi um grande avanço», declarou.

Recuos com os governos de direita e novos avanços com os sandinistas

Quando a oficialmente designada Cruzada Nacional de Alfabetização «Heróis e Mártires pela Libertação da Nicarágua» chegou ao fim, a taxa de analfabetismo desceu de 50,35% para 12,96%. No entanto, durante os governos de direita (1990-2006), o analfabetismo voltou a aumentar no país, chegando aos 21 pontos percentuais.

Com o regresso da FSLN ao poder, em 2007, regressou à Nicarágua a determinação em acabar com o analfabetismo. Dois anos mais tarde, a taxa desceu para 3,56%, uma conquista que a Unesco reconheceu, declarando o país livre de analfabetismo.

Agradecimento a Cuba

Nas celebrações oficiais, não costumam faltar agradecimentos ao povo de Cuba, em virtude do contributo dado à campanha de alfabetização no maior país da América Central – a Ilha participou nesse processo com profissionais da educação e na formação de pessoal qualificado para assumir a docência.

Um apoio que não se circunscreveu apenas à fase da cruzada, mas que continuou anos mais tarde com o programa de aprendizagem «Yo sí puedo» (Sim, eu posso).

De acordo com dados oficiais, entre 2002 e 2016, mais de dez milhões de pessoas em 30 países aprenderam a ler e a escrever com esta ferramenta de ensino, que permitiu a vários países do continente serem declarados livres de analfabetismo pela Unesco.

Pelos seus excelentes resultados, o programa recebeu o Prémio Unesco de Alfabetização 2006 Rei Sejong, que foi atribuído ao Instituto Pedagógico Latino-americano e das Caraíbas, com sede em Cuba.

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