Mensagem de erro

User warning: The following module is missing from the file system: standard. For information about how to fix this, see the documentation page. in _drupal_trigger_error_with_delayed_logging() (line 1143 of /home/abrilabril/public_html/includes/bootstrap.inc).

|Nicarágua

Campanha de alfabetização, outro exemplo de transformação social na Nicarágua

A Cruzada Nacional de Alfabetização, cuja primeira etapa terminou há 43 anos, constitui para os nicaraguenses um dos momentos mais importantes na história do país, símbolo de esperança e transformação.

Créditos / Prensa Latina

Estudando experiências realizadas em países como Cuba, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, etc., e consultando especialistas na matéria, a Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN) começou a traçar a campanha de alfabetização logo 15 dias após o triunfo da revolução, em Julho de 1979.

Lançada a 23 de Março de 1980, a campanha prolongou-se até 23 de Agosto desse ano, com o objectivo de combater uma de várias heranças negras da ditadura somozista: metade da população analfabeta.

Mais de 100 mil jovens e adolescentes aderiram à iniciativa de ensinar a ler e a escrever a milhares de pessoas esquecidas pelo país fora. Um candeeiro Coleman (tipo Petromax) tornou-se um dos símbolos associados à gesta de quem andou por montanhas e caminhos longínquos.

«Tinham grande vontade de o fazer, ajudar, entregar-se, porque não se pode fazer alfabetização sem entrega, não se pode fazer alfabetização sem amor», disse à Prensa Latina o professor Orlando Pineda, que integrou esse contingente.

Em poucos meses, a epopeia conseguiu reduzir o analfabetismo de 50,3% para 12,9%; mais de 400 mil nicaraguenses aprenderam, então, a ler e a escrever.

Orlando Pineda, que é também presidente da Asociación de Educación Popular Carlos Fonseca Amador, acrescentou que a cruzada estabeleceu as bases fundamentais para se poder dizer hoje que a segunda tarefa é conseguir diminuir a pobreza.

Hoje, o governo sandinista implementa políticas com vista a «entregar ao povo uma educação gratuita e de qualidade», mas a ministra da Educação, Lilliam Herrera, não esquece o tempo em que a revolução assumiu a alfabetização como uma das primeiras tarefas, de modo a restituir um direito ao povo nicaraguense e «enterrar para sempre a escuridão a que foi submetido o povo pela sangrenta ditadura somozista».

Por seu lado, a deputada na Assembleia Nacional Isaura Chavarría (FSLN) lembrou que a alfabetização «não é um simples acto educativo, mas uma ruptura de dominação profunda».

Chavarría referiu-se a essa campanha, que em 1981 foi enaltecida pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), como um acto de libertação, de rebelião contra a injustiça, a opressão e a dominação.

Neste sentido, sublinhou que, antes do triunfo da revolução popular sandinista, as famílias eram alvo de enganos, humilhações e injustiças, «uma autêntica herança nefasta do empobrecimento em que o povo estava mergulhado», disse.

Um espaço para a história

Com o intuito de mostrar às novas gerações a história da grande cruzada nacional de alfabetização, foi reinaugurado na Universidade Nacional Casimiro Sotelo um museu a ela dedicado, por ocasião do 43.º aniversário.

No recinto, indica a Prensa Latina, é possível consultar o arquivo da campanha, que contém diários de brigadistas, lâmpadas, cartilhas, livros e exibe a cotona (camisa típica) utilizada pelos alfabetizadores, entre outros objetos.

Nas palavras do reitor da universidade, Alejandro Enrique Genet, o museu tem as portas abertas ao povo da Nicarágua, para que «conheça e valorize a verdadeira história», bem como o modo «como a revolução segue na vanguarda das mudanças e transformações que beneficiam todos».

Quando a oficialmente designada Cruzada Nacional de Alfabetização «Heróis e Mártires pela Libertação da Nicarágua» chegou ao fim, a taxa de analfabetismo desceu de 50,35% para 12,96%. No entanto, durante os governos de direita (1990-2006), o analfabetismo voltou a aumentar no país, chegando aos 21 pontos percentuais.

Com o regresso da FSLN ao poder, em 2007, regressou à Nicarágua a determinação em acabar com o analfabetismo. Dois anos mais tarde, a taxa desceu para 3,56%, uma conquista que a Unesco reconheceu, declarando o país livre de analfabetismo.

Tópico

Contribui para uma boa ideia

Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz.

O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.

Contribui aqui