No final do primeiro dia da Cimeira dos Povos, que decorre na Universidade Livre de Bruxelas, teve lugar o Festival da Solidariedade Cultural entre os Povos Latino-americanos, Caribenhos e Europeus, que contou com muita animação musical e intervenções de dirigentes políticos de ambos os lados do Atlântico.
Do lado latino-americano, houve participação de peso, com a presença de chefes de Estado como Díaz-Canel (Cuba), Gustavo Petro (Colômbia), Luis Arce (Bolívia) e a vice-presidente da Venezuela, Delcy Rodríguez.
Ao intervir perante um auditório cheio, Rodríguez afirmou que o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, «não está encurvado» e que «o povo venezuelano está de pé e erguido».
«Se vocês podem ter a certeza de alguma coisa, é que, digo-vos com humildade, não passarão, na Venezuela o fascismo não passará», frisou.
A vice-presidente lembrou que tentaram tudo contra a Revolução Bolivariana e chavista, que forjou as suas raízes históricas e anti-imperialistas na «autodeterminação do nosso povo em processo de independência nacional».
Em 2019, iniciou-se um perigoso processo de agressão contra o país sul-americano, como não se havia conhecido antes, com um «bloqueio criminoso sem precedentes», denunciou Rodríguez.
A este propósito, prestou homenagem a Cuba, que «há seis décadas se mantém firme e de pé face a esse mecanismo de extorsão e de chantagem para fazer render os povos», disse, em alusão ao cerco económico, comercial e financeiro imposto à Ilha pelos Estados Unidos.
Depois de recordar várias formas de agressão contra a soberania e a integridade territorial da Venezuela, para tomar o poder pela força, Delcy Rodríguez alertou que, actualmente, o fascismo está, nas novas versões do neofascismo, presente em todos os cantos do mundo.
Referindo-se aos anos de resistência da Revolução Bolivariana, a Chávez, a Fidel e a Daniel Ortega, disse que «protegemos a América Latina do fascismo, [impedindo] que com essas agressões chegue ao poder político», refere a Prensa Latina.
Guaidó, uma figura criada nos EUA
Sobre Juan Guaidó, figura da oposição agora a residir nos EUA, a vice-presidente afirmou que «nunca foi um plano político para a Venezuela, não o podia ser, porque, se alguém despreza o povo, é esse senhor que um dia disse "sou presidente da Venezuela porque tenho as calças de Donald Trump"».
Rodríguez sublinhou que a figura de Guaidó foi criada nos EUA como parte de um plano «para roubar o povo venezuelano, os seus activos, o seu dinheiro nos bancos e congelar as propriedades» do país caribenho no estrangeiro.
No festival solidário da Cimeira dos Povos, Rodríguez deixou ainda um abraço e uma mensagem de esperança enviados por Nicolás Maduro, por saber o que estão a viver os povos europeus apanhados pela crise económica, a inflação, a negação do direito à habitação e a falta de esperança – que se deve à falta de respeito pelo direito internacional.
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