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Jornada Nacional de Luta pela Reforma Agrária no Brasil

MST ocupa fazendas de «corruptos»

Com o lema «Corruptos, devolvam nossas terras!», o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) levou a cabo, esta terça-feira, uma série de ocupações, denunciando o apoio do agronegócio ao presidente golpista, Michel Temer.

Sem-terra ocupam Fazenda Esmeralda, de um «amigo» de Temer (interior de São Paulo, 25 de Julho)
Sem-terra ocupam Fazenda Esmeralda, de um «amigo» de Temer (interior de São Paulo, 25 de Julho)Créditos / Mídia Ninja

Com a Jornada Nacional de Luta pela Reforma Agrária, o MST quis denunciar a relação estreita entre o agronegócio e o governo de Temer, o ataque à «agenda ambiental» e o facto de que «terras improdutivas e ao serviço de políticos corruptos não cumprem com a sua função social».

A ideia foi sublinhada por Gilmar Mauro, da direcção nacional do MST, no balanço das actividades ontem realizadas em pelo menos nove estados brasileiros. Referindo-se às várias ocupações simbólicas, o dirigente sem-terra afirmou que essas terras «poderiam estar ao serviço da população, principalmente no período de crise que vivemos, uma crise que deixou 14 milhões de desempregados, gente passando fome», lê-se no portal do MST.

Fazendas Esmeralda e Santa Rosa

Numa das acções, cerca de 800 sem-terra ocuparam a fazenda Esmeralda (interior do estado de São Paulo), registada em nome de João Batista Lima Filho, que é assessor e amigo pessoal de Michel Temer. De acordo com o Brasil de Fato, que faz referência a moradores locais, a fazenda é também propriedade do presidente golpista, sendo utilizada para a realização de reuniões privadas do PMDB – e o nome do «Coronel Lima» poderá servir para dar cobertura a possíveis irregularidades.

Outro visado pelo MST foi Ricardo Teixeira, ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), cuja Fazenda Santa Rosa, no município de Piraí (Rio de Janeiro), foi ocupada por cerca de 200 camponeses. No seu portal, o MST lembra que nas terras de Teixeira – indiciado por mais de uma dezena de crimes e investigado por polícias no estrangeiro – «está a ligação entre especulação fundiária, lavagem de dinheiro e enriquecimento ilícito», embora não sendo caso único.

Fazenda SM2

Outra acção importante ocorreu em Rondonópolis, no estado de Mato Grosso, onde foi ocupada a Fazenda SM2, do grupo Amaggi, que pertence à família do ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi. Em declarações ao Brasil de Fato, Idalice Nunes, da direcção nacional do MST, explicou que a ocupação visou denunciar a alta concentração de terras na região Centro-Oeste.

«O senador Blairo Maggi é um dos maiores produtores de soja do Mato Grosso e, além de usar um milhão de litros de veneno em suas propriedades, ainda concentra terra e não permite que a reforma agrária aconteça», disse.

Marcha em Aracaju, base de Alcântara bloqueada

O MST também realizou ocupações na Fazenda Junco (estado do Piauí), do senador Ciro Nogueira, denunciado por corrupção no âmbito da operação Lava Jato; num latifúndio improdutivo da empresa Nutriara Alimentos, no Noroeste do Paraná, e numa fazenda de monocultura de cana no Mato Grosso do Sul.

Em Salvador (Bahia), os sem-terra ocuparam a sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), e, em Sergipe, mais de 10 mil trabalhadores marcharam pela capital, Aracaju.

No Maranhão, cerca de 500 pessoas bloquearam a Base de Alcântara, centro de lançamento de foguetes da Força Aérea Brasileira, também com a participação do MST, que denunciou «os acordos de utilização da base pelos EUA» e a «ameaça à soberania nacional».

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