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Pistoleiros atacaram sem-terra no Acampamento Hugo Chávez

O ataque ao acampamento dos sem-terra na Fazenda Santa Tereza, no estado brasileiro do Pará, ocorreu na madrugada deste sábado. Uma dirigente do MST afirma que a violência se intensificou após o golpe.

A violência contra os sem-terra no Pará intensificou-se após o golpe contra Dilma Rousseff, denuncia o MST
A violência contra os sem-terra no Pará intensificou-se após o golpe contra Dilma Rousseff, denuncia o MSTCréditos / CPT

Pistoleiros atacaram, no sábado de madrugada, o Acampamento Hugo Chávez, onde estão 450 famílias ligadas ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) que ocupam a Fazenda Santa Tereza, no município de Marabá (Sudeste do Pará).

Não há feridos a registar, apesar de, segundo as famílias que estão no local, algumas pessoas acampadas terem sido agredidas. O ataque ocorreu por volta da 1h da manhã, com vários pistoleiros a efectuarem disparos e a atearem fogo a pertences. De acordo com o MST os «jagunços» queimaram nove carros e dez motas.

Maria Raimunda, da direcção estadual do MST, disse ao Brasil de Fato que o MST entrou em contacto com a Polícia de Marabá, com o intuito de denunciar a ocorrência e solicitar a intervenção no conflito.

No entanto, a Polícia terá dito que tinha uma ordem superior para não agir, «mesmo que houvesse uma carnificina», e existem suspeitas de que agentes também tenham participado da acção, indica o Brasil de Fato, que entrou em contacto com a Polícia Civil do Pará, mas sem ter obtido resposta.

Bolsonaro a aquecer o ambiente

Lembrando que a acção violenta dos fazendeiros nesta região se tem vindo a intensificar, «principalmente após o golpe contra a ex-presidente Dilma Rousseff, em 2016», Maria Raimunda também não esqueceu a passagem recente, pelo Pará, do pré-candidato à Presidência do Brasil Jair Bolsonaro – uma figura da extrema-direita brasileira, amplamente conhecida pelos posicionamentos a favor da ditadura militar.

No passado dia 13, Bolsonaro esteve na famosa Curva do «S», na via BR-155, em Eldorado do Carajás, onde, em 1996, 21 trabalhadores rurais sem-terra foram massacrados pela Polícia Militar. Então, afirmou que «quem tinha que estar preso era o pessoal do MST, gente canalha e vagabunda. Os policiais reagiram para não morrer». Isto um dia depois de, em Marabá, ter atacado a luta dos sem-terra e defendido os fazendeiros, segundo revela o tribunapr.com.br.

Maria Raimunda, do MST, acusa-o de «ter incentivado os fazendeiros a matar os sem-terra» e denuncia que aquilo que «já era de certa maneira permitido, mas de modo camuflado, agora está a ser publicamente legitimado inclusive por pré-candidatos à presidência».

MST defende legitimidade da ocupação

A Fazenda Santa Tereza foi reocupada na madrugada de sexta-feira. De acordo com o MST, a fazenda foi registada de forma fraudulenta pelo latifundiário Rafael Saldanha de Camargo, um fazendeiro influente na região e, segundo o Ministério Público, um dos suspeitos da execução dos líderes sem-terra Doutor e Fusquinha, em Parauapebas (Sudeste do Pará), em Março de 1998.

A fazenda já tinha sido ocupada em Junho de 2014 e, no entender do MST, constitui terreno público. No entanto, em Dezembro do ano passado, um tribunal deu ordem de despejo às famílias sem-terra que ali se encontravam.

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