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MPPM rejeita «cooperação com Israel» e «cumplicidade com o genocídio»

Em solidariedade com o povo palestiniano e exigindo ao governo que não tenha relações institucionais com entidades israelitas, o MPPM marcou uma vigília para 2 de Setembro, frente ao Ministério da Saúde, em Lisboa.

CréditosManuel de Almeida / Agência LUSA

A acção de solidariedade e luta, que se prolongará das 18h às 20h, tem lugar depois de o Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente – MPPM ter tornado público, a 31 de Julho, o facto de que estaria a ser preparada «uma reunião entre os ministérios da Saúde de Portugal e de Israel para discutir potenciais áreas de interesse para cooperação futura entre os dois países».

Na sequência dessa denúncia, BE e PCP questionaram o Ministério da Saúde sobre a ocorrência de tal reunião, agendada para 2 de Setembro, sem que a intenção de realizar o encontro nunca tenha sido desmentida publicamente pelo Ministério da Saúde, afirma o MPPM em nota.

«Ainda que a reunião não se concretize, o simples facto de ela ter sido pensada, num momento em que Israel leva a cabo um genocídio contra o povo palestiniano, particularmente na Faixa de Gaza, é de uma gravidade que não pode deixar de causar viva indignação», denuncia o texto.

Referindo-se a um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre a situação na Palestina, respeitante ao período que vai de 7 de Outubro de 2023 a 20 de Agosto de 2024, o MPPM aponta, como consequência da agressão militar israelita na Faixa de Gaza, 40 223 mortos, 92 981 feridos e mais de dez mil palestinianos desaparecidos. Nesse mesmo período, a OMS contabilizou 635 mortos e 5670 feridos palestinianos na Cisjordânia ocupada, incluindo Jerusalém Oriental.

«As infra-estruturas e o pessoal de saúde palestinianos são especialmente visados por Israel. No mesmo relatório, a OMS regista, na Faixa de Gaza, 505 ataques a unidades de saúde que causaram, entre o pessoal de saúde, 752 mortos, 982 feridos e 128 detidos; e na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, 538 ataques a unidades de saúde causaram 23 mortos e 100 feridos», refere a nota ontem publicada.

«Causa horror e repulsa a ideia de que é junto dos responsáveis por esta catástrofe humanitária que o Ministério da Saúde português procura oportunidades de cooperação futura», denuncia o MPPM, depois de elencar 110 unidades de saúde afectadas e 63 ambulâncias danificadas na Faixa de Gaza, além de 20 hospitais e 59 unidades de cuidados de saúde primários destruídos.

«Na Faixa de Gaza há mais de 1,8 milhões de casos de doenças contagiosas e foi detectado o primeiro caso de poliomielite atribuído a um vírus detectado nas águas residuais», lembra ainda o organismo solidário português.

Enquanto persistir a prática, por parte de Israel, «das acções criminosas em que está envolvido na Palestina e da sua sistemática violação do direito internacional e do direito humanitário internacional», o MPPM defende que «devemos exigir que o governo português e, em particular, o Ministério da Saúde se abstenham do estabelecimento de relações institucionais com entidades» israelitas.

Fá-lo «em nome do mais elementar sentido de humanidade e enquanto parte de um Estado de direito» e declara: «Não à cooperação com Israel! Não à cumplicidade com o genocídio! Solidariedade com o povo palestiniano!».

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