|França

Milhares nas ruas, por toda a França, em defesa de melhores salários

«Tudo aumenta menos os nossos salários», gritavam os manifestantes em Paris, esta quinta-feira, numa marcha promovida por diversas organizações sindicais e de estudantes.

Manifestação em Nantes, no âmbito da jornada de mobilização nacional 
Créditos / @YTigoe

Dezenas de milhares de trabalhadores do sector privado e da Função Pública, pensionistas e estudantes participaram, ontem, na jornada de mobilização nacional convocada pela Confederação Geral do Trabalho (CGT), Força Operária (FO), Federação Sindical Unitária (FSU), Solidaires e várias organizações de estudantes.

Em causa está a defesa do poder de compra e, nesse sentido, os promotores defendem aumentos imediatos em todos os salários, do público e do privado, nos subsídios atribuídos aos jovens em formação e nas pensões dos reformados.

Philippe Martinez, secretário-geral da CGT, disse à imprensa que a jornada de luta de ontem era «a convergência de todas as mobilizações» que têm vindo a decorrer há várias semanas, nomeadamente na indústria, no sector agro-alimentar, no comércio ou na Função Pública.

170 manifestações em território francês

«Hoje, demasiados trabalhadores em actividade, demasiados pensionistas não conseguem arranjar alojamento facilmente, não se conseguem aquecer facilmente, não se conseguem deslocar […] e a resposta não pode ser substitutos, ligaduras de última hora», disse Yves Veyrier, da FO, citado pelo portal ouest-france.fr.

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França: aumenta o custo de vida mas salários e pensões continuam «estagnados»

Quatro sindicatos e várias organizações de estudantes convocaram uma jornada de mobilização nacional para 27 de Janeiro, por aumentos salariais, a defesa do emprego e a melhoria das condições de vida.

Mais de 350 mil trabalhadores manifestaram-se em França na jornada de greve de 19 de Março
Dia 27 de Janeiro, é hora de todos se mobilizarem, defende a CGT (imagem de arquivo) Créditos / cgt.fr

Num comunicado conjunto divulgado no passado dia 5, afirma-se que é «urgente e indispensável» a acção organizada, com recurso a greves e manifestações, para alcançar aumentos imediatos em todos os salários, do público e do privado, nos subsídios aos jovens em formação e nas pensões dos reformados.

Confederação Geral do Trabalho (CGT), Força Operária (FO), Federação Sindical Unitária (FSU), Solidaires e organizações de estudantes Unef, Fidl e MNL mostram-se insatisfeitas com o actual panorama e afirmam que «não vão parar».

«Ninguém pode ignorar o contexto social e económico, as subidas dos preços dos bens de primeira necessidade, da energia e da alimentação e, em última instância, do custo de vida para todos, jovens, trabalhadores, pessoas à procura de emprego e reformados», sublinham no texto, acessível no portal da CGT.

Cartaz da jornada de mobilização nacional agendada para 27 de Janeiro / CGT

Já os salários, as pensões, as ajudas e subsídios continuam estagnados ou a diminuir em relação à inflação, denunciam, acrescentando que, se, em certos sectores e empresas, as mobilizações e negociações permitiram alcançar a valorização salarial, «demasiadas vezes as negociações estão estancadas ou as propostas do patronato ficam longe das exigências».

O comunicado denuncia a degradação das condições de emprego, bem como a precariedade e a pobreza que os jovens enfrentam, agudizada pela crise sanitária e pelas reformas liberais da Educação implementadas pelo governo de Macron.

Também alerta para a situação dos pensionistas e reformados, que se mobilizam de forma massiva e continuam a aguardar pela resposta à exigência de valorização imediata das suas pensões.

É neste contexto que sindicatos e organizações de estudantes apoiam as acções e mobilizações agendadas para as próximas semanas e apelam à participação na jornada de mobilização de dia 27, pelo aumento dos salários, a defesa do emprego e a melhoria das condições de trabalho e de vida.

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De acordo com a CGT, ontem realizaram-se 170 manifestações em França, com a participação de mais de 150 mil pessoas. Em Paris, cerca de 20 mil manifestantes – segundo a CGT – defenderam o «aumento geral dos salários, das reformas, dos apoios sociais», como uma «urgência».

Várias figuras políticas estiveram presentes na marcha parisiense, como Jean-Luc Mélenchon (França Insubmissa), Yannick Jadot (Europa Ecologia – Os Verdes) e Fabien Roussel (Partido Comunista Francês).

Com menor dimensão, também houve manifestações em defesa do emprego, dos salários, das pensões e de melhores condições de vida em cidades como Rennes, Marselha, Lyon, Saint-Etienne e Bordéus, Lille, Calais, Nantes, Estrasburgo e Dijon.

Os docentes, que já se haviam manifestado nos dias 13 e 20 em protesto contra a gestão da crise sanitária, estiveram presentes em força em vários locais, com faixas a «atacar» o ministro da Educação e a defender também o aumento dos salários.

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