«Estamos profundamente tristes em anunciar o falecimento da nossa atleta, Rebecca Cheptegei no início desta manhã, que tragicamente foi vítima de violência doméstica. Como federação, condenamos tais actos e apelamos à justiça», escreveu a Federação de Atletismo do Uganda na rede social X (ex-Twitter), esta quinta-feira.
A estrutura lembra a participação de Rebecca Cheptegei nos Jogos Olímpicos de Paris, em Agosto, onde a atleta terminou a maratona em 44.º lugar, e o entusiasmo vivido então pela população do Uganda, sentimento que contrasta com a tristeza sentida agora pela perda da atleta, que deixa duas filhas menores.
Rebecca Cheptegei morreu ontem no Quénia, quatro dias depois de, segundo as notícias, o ex-companheiro lhe ter regado o corpo com gasolina e de seguida lhe ter ateado fogo. «Um acto de cobardia e sem sentido, que levou à perda de uma grande atleta», lamentou o presidente do Comité Olímpico do Uganda, Donald Rukare, na rede social X.
Segundo dados recentes deste país da África Oriental, 34% das mulheres e meninas entre os 15 e 49 anos sofrem violência física e 41% das mulheres casadas enfrentam abuso. Só em Janeiro deste ano foram contabilizadas 14 vítimas.
Em Março de 2021, a Organização Mundial da Saúde (OMS) alertava que cerca de uma em cada três mulheres em todo o mundo estavam sujeitas a violência física ou sexual durante a sua vida e apelava aos governos que, além de prevenirem o flagelo, melhorassem os serviços de apoio às vítimas e trabalhassem no sentido de combaterem as desigualdades económicas, que frequentemente prendem raparigas e mulheres a relações abusivas.
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