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|violência contra as mulheres

Maratonista olímpica ugandesa morre vítima de violência doméstica

Rebecca Cheptegei, de 33 anos, que em Agosto competiu na maratona feminina dos Jogos Olímpicos de Paris, não resistiu às queimaduras que sofreu em 80% do seu corpo, vítima de um ataque do ex-namorado. 

Créditos / @drukare

«Estamos profundamente tristes em anunciar o falecimento da nossa atleta, Rebecca Cheptegei no início desta manhã, que tragicamente foi vítima de violência doméstica. Como federação, condenamos tais actos e apelamos à justiça», escreveu a Federação de Atletismo do Uganda na rede social X (ex-Twitter), esta quinta-feira.

A estrutura lembra a participação de Rebecca Cheptegei nos Jogos Olímpicos de Paris, em Agosto, onde a atleta terminou a maratona em 44.º lugar, e o entusiasmo vivido então pela população do Uganda, sentimento que contrasta com a tristeza sentida agora pela perda da atleta, que deixa duas filhas menores. 

Rebecca Cheptegei morreu ontem no Quénia, quatro dias depois de, segundo as notícias, o ex-companheiro lhe ter regado o corpo com gasolina e de seguida lhe ter ateado fogo. «Um acto de cobardia e sem sentido, que levou à perda de uma grande atleta», lamentou o presidente do Comité Olímpico do Uganda, Donald Rukare, na rede social X. 

Segundo dados recentes deste país da África Oriental, 34% das mulheres e meninas entre os 15 e 49 anos sofrem violência física e 41% das mulheres casadas enfrentam abuso. Só em Janeiro deste ano foram contabilizadas 14 vítimas.

Em Março de 2021, a Organização Mundial da Saúde (OMS) alertava que cerca de uma em cada três mulheres em todo o mundo estavam sujeitas a violência física ou sexual durante a sua vida e apelava aos governos que, além de prevenirem o flagelo, melhorassem os serviços de apoio às vítimas e trabalhassem no sentido de combaterem as desigualdades económicas, que frequentemente prendem raparigas e mulheres a relações abusivas.

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